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Beto Barata/PR
O presidente Michel Temer em seu primeiro pronunciamento ao país
Em seu primeiro pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão,
transmitido na noite desta quarta-feira (31), o presidente Michel Temer
defendeu a "necessidade" das reformas trabalhista e da Previdência. Em
sua fala de cinco minutos ao país, o presidente disse que é hora de unir
o país e "colocar os interesses nacionais acima dos interesses de
grupos". Segundo ele,
o impeachment de Dilma Rousseff, que o levou ao cargo, veio "após decisão democrática do Congresso Nacional".
"Para garantir o pagamento das aposentadorias, teremos que reformar a
previdência social. Sem reforma, em poucos anos o governo não terá como
pagar aos aposentados", afirmou. Temer sobre uma das propostas mais
controversas de seu governo. "Temos que modernizar a legislação
trabalhista, para garantir os atuais e gerar novos empregos," declarou
sobre a questão trabalhista, que é um outro tema que enfrenta
resistências no Congresso Nacional.
Michel Temer disse que um
dos alicerces de seu governo é a ampliação de programas sociais --
apesar de afirmar, no mesmo discurso, que está diminuindo os gastos do
governo. Os outros alicerces, segundo o presidente são eficiência
administrativa, retomada do crescimento econômico, geração de emprego,
segurança jurídica e "a pacificação do país".
Duas horas após tomar posse de forma efetiva como presidente da República,
Michel Temer transmitiu interinamente o cargo ao presidente da Câmara
de Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Temer viajou à China onde
participará da reunião de cúpula do G-20 e só deve retornar ao país no
dia 6 de setembro. A cerimônia aconteceu na Base Aérea de Brasília.
Pouco antes de viajar, Temer se reuniu com integrantes de seu
ministério no Palácio do Planalto. Em sua primeira fala após assumir em
definitivo a presidência,
Michel Temer afirmou que se deve rebater à acusação que seu governo é formado "por golpistas".
Leia na íntegra o discurso do presidente Michel Temer:
Boa noite a todos!
Boa noite a todos!
Assumo
a Presidência do Brasil, após decisão democrática e transparente do
congresso nacional. O momento é de esperança e de retomada da confiança
no Brasil.
A incerteza chegou ao fim. É hora de unir o
país e colocar os interesses nacionais acima dos interesses de grupos.
Esta é a nossa bandeira. Tenho consciência do tamanho e do peso da
responsabilidade que carrego nos ombros. E digo isso porque recebemos o
país mergulhado em uma grave crise econômica: são quase 12 milhões de
desempregados e mais de 170 bilhões de déficit nas contas públicas.
Meu
compromisso é o de resgatar a força da nossa economia e recolocar o
brasil nos trilhos. Sob essa crença, destaco os alicerces de nosso
governo: eficiência administrativa, retomada do crescimento econômico,
geração de emprego, segurança jurídica, ampliação dos programas sociais e
a pacificação do país.
O governo é como a sua família.
Se estiver endividada, precisa diminuir despesas para pagar as dívidas.
Por isso, uma de nossas primeiras providências foi impor limite para os
gastos públicos. Encaminhamos ao congresso uma proposta de emenda
constitucional com teto para as despesas públicas. Nosso lema é gastar
apenas o dinheiro que se arrecada.
Reduzimos o número de ministérios. Demos fim a milhares de cargos de confiança. Estamos diminuindo os gastos do governo.
Para
garantir o pagamento das aposentadorias, teremos que reformar a
previdência social. Sem reforma, em poucos anos o governo não terá como
pagar aos aposentados. Nosso objetivo é garantir um sistema de
aposentadorias pagas em dia, sem calotes e sem truques. Um sistema que
proteja os idosos, sem punir os mais jovens.
O caminho
que temos pela frente é desafiador. Conforta nos saber que o pior já
passou. Indicadores da economia sinalizam o resgate da confiança no
país.
Nossa missão é mostrar a empresários e
investidores de todo o mundo nossa disposição para proporcionar bons
negócios que vão trazer empregos ao Brasil. Temos que garantir aos
investidores estabilidade política e segurança jurídica.
Temos
que modernizar a legislação trabalhista, para garantir os atuais e
gerar novos empregos. O estado brasileiro precisa ser ágil. Precisa
apoiar o trabalhador, o empreendedor e o produtor rural. Temos de adotar
medidas que melhorem a qualidade dos serviços públicos e agilizem sua
estrutura.
Já ampliamos os programas sociais.
Aumentamos o valor do bolsa família. O "Minha casa Minha vida" foi
revitalizado. Ainda na área de habitação, dobramos o valor do
financiamento para a classe média. Decidimos concluir mais de mil e
quinhentas obras federais que encontramos inacabadas.
O
Brasil é um país extraordinário. Possuímos recursos naturais em
abundância. Um agronegócio exuberante que não conhece crises.
Trabalhamos muito. Somos pessoas dispostas a acordar cedo e dormir tarde
em busca de nosso sonho. Temos espírito empreendedor, dos micros
empresários aos grandes industriais.
Agora mesmo, demos
ao mundo uma demonstração de nossa capacidade de fazer bem feito. Os
jogos olímpicos resgataram nossa autoestima diante do mundo. Bilhões de
pessoas, ao redor do planeta, testemunharam e aplaudiram nossa
organização e entusiasmo com o que o Brasil promoveu o maior e mais
importante evento esportivo da terra.
E teremos daqui a pouco as Paralimpíadas que certamente terão o mesmo sucesso.
Presente
e futuro nos desafiam. Nao podemos olhar para frente, com os olhos do
passado. Meu único interesse, e que encaro como questão de honra, é
entregar ao meu sucessor um país reconciliado, pacificado e em ritmo de
crescimento. Um país que dá orgulho aos seus cidadãos.
Reitero
meu compromisso de dialogar democraticamente com todos os setores da
sociedade brasileira. Respeitarei também a independência entre os
poderes executivo, legislativo e judiciário.
Despeço-me
lembrando que ordem e progresso sempre caminham juntos. E com a certeza
de que juntos, vamos fazer um brasil muito melhor. Podem acreditar:
Quando o Brasil quer, o Brasil muda.
copiado http://noticias.uol.com.br/politica/u
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