Senadores irão votar a destituição de Dilma Rousseff cerca da hora do almoço desta quarta-feira (hora de Lisboa)
Decorreu
esta terça-feira, em Brasília, a quinta e penúltima sessão do
julgamento de Dilma Rousseff no Senado. Depois de no dia anterior a
presidente afastada ter discursado e respondido a perguntas, neste dia
os advogados de acusação e de defesa pronunciam-se primeiro e dão a
palavra aos senadores depois.
A votação dos 81 senadores ficará para quarta-feira às 14.00 ou 15.00, horário de Lisboa.
Espera-se
que perto de 60 senadores, mais seis do que o necessário, votarão pela
destituição de Dilma, facto que colocará imediatamente Michel Temer na
presidência definitiva do país.
Leia o "filme" do dia:
última atualização : 2016/08/30 19:30
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Falta
ouvir cerca de 30 senadores. A este ritmo, a sessão deve terminar às 3
horas da manhã, em Brasília, 7 em Lisboa. A votação final deve começar
pouco antes da hora de almoço, em Lisboa.
Caso
o impeachment se confirme, a linha de sucessão na presidência é
Temer-Rodrigo Maia-Renan Calheiros. Estão todos citados na Lava-Jato.
Rodrigo
Maia, do DEM, partido mais à direita do parlamento brasileiro, era até
há semanas um discreto deputado. Ao vencer as eleições para a Câmara, em
substituição do afastado Eduardo Cunha, vai tornar-se presidente da
República na próxima semana. Com Michel Temer com viagem marcada para o
G20 na China, Maia assume a direção do país no seu lugar.
Quatro
detidos em manifestação contra Temer na Marginal Pinheiros, uma das
principais artérias de São Paulo. Houve fogos, confrontos com a polícia e
trânsito interditado com filas quilométricas durante horas.
Notícias
da Lava-Jato: Ela Wiecko, vice-procuradora geral da República,
demite-se por aparecer num protesto "Fora Temer", em Portugal.
Eliseu
Padilha, ministro-chefe da Casa Civil (mais ou menos equivalente a
primeiro ministro) de Temer, conta 61 votos a favor do impeachment.
Contando que Wellington Antunes (PR), que está hospitalizado, vote.
Cássio
Cunha Lima, do PSDB, é o último a falar antes da interrupção por uma
hora da sessão. Lima, que é um dos senadores com mais casos pendentes na
justiça, tendo mesmo sido deposto do cargo de governador da Paraíba em
2006, fez um discursos mais duros contra Dilma.
Placard tendo em conta apenas os discursantes: 11 pelo impeachment, 7 contra, 2 indefinidos - Collor e Gurgacz.
Vanessa Grazziotin, PCdoB, sobe ao púlpito para defender com unhas e dentes Dilma Rousseff.
"O
PT usa os pobres como biombo porque foi para a alcova às escondidas com
as elites", diz José Medeiros, do PSD, pro-impeachment.
"É mais uma frente de obscurantismo que se forma", diz Hofmann sobre o governo de Temer.
Gleisi Hoffmann sobe ao palanque. Cada intervenção da petista no julgamento final tem tido o condão de incendiar o plenário.
Collor não revela o voto. Mais suspense.
Fernando
Collor de Mello (PTC) discursa. O seu voto é importante. Collor foi
disputado por Lula/Dilma e por Temer nas últimas horas. Mas, como de
costume, no seu discurso, Collor está a falar do impeachment de... 1992.
Ou seja, do seu, que ainda considera uma injustiça.
Antonio
Carlos Valadares (PSB) vota pela impeachment. Segundo as contas do
jornal Folha de S. Paulo, Temer atinge os 54 votos necessários com esta
declaração de voto de um indeciso.Mas segundo o jornal O Estado de S.
Paulo, Valadares já estava garantido entre os "sim", por isso o
resultado não sofre alteração.
Falaram 14 senadores até agora. Ainda há mais 52 inscritos. A sessão deve acabar perto das 5 da manhã, horário de Lisboa.
Placard do impeachment (de acordo com os senadores que falaram): 8 a favor, 5 contra, 1 sem voto definido.
Diz
a imprensa que ao senador indeciso Roberto Rocha, do PSB, foi oferecido
ontem um cargo no Banco do Nordeste em troca do voto pelo impeachment.
O
jornal Folha de S. Paulo comparou o discurso de Dilma com a
carta-testamento de Getúlio Vargas, escrita em 1954, antes do seu
suicídio: foram 4805 palavras de Dilma contra 531 de GV.
"Estou
revivendo os anos 70, com o mesmo cheiro a ranço", disse, apenas, Chico
Buarque, na sessão de ontem. Buarque abdicou do jogo de futebol das
segundas-feiras para ir apoiar Dilma.
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