Reinaldo Azevedo : Discursos do PT e Dilma estimulam vândalos da democracia
Discursos do PT e de Dilma estimulam os vândalos da democracia
Ao insistir na tese do golpe, o partido e Afastada dão a senha para o vale-tudo
Os
movimentos pró-impeachment realizaram as maiores manifestações políticas
da história do país. Como se sabe, nas centenas de cidade que abrigaram
os protestos, não houve um só dano ao patrimônio público. Não se
assistiu a um único confronto com a polícia. Não se viu a ameaça da
desordem. Ao contrário: para desespero da esquerda mixuruca, estudantes,
trabalhadores e crianças faziam selfies com policiais militares, que,
afinal, estavam no local para garantir a segurança do evento.
Na noite
desta segunda, algumas dezenas de gatos-pingados — não havia mais do que
200 pessoas (os manifestantes falam em três mil, o que é uma piada) —
resolveram protestar contra o impeachment na Avenida Paulista. E o
fizeram nos moldes conhecidos. Houve uma tentativa de invasão da Fiesp
(Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). A Polícia Militar
impediu. Objetos foram lançados contra os trabalhadores de farda. A
resposta foram bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo, que é uma
das formas de que dispõem as ditaduras e as democracias para conter
tumultos. Quando as bombas são jogadas por ditaduras, é muito provável
que sejam injustas e estejam a serviço da barbárie. Quando lançadas por
democracias, é quase certo que são justas e concorram para a
civilização.
Assistiu-se
ao espetáculo deplorável de sempre: obstrução da avenida, fogueira nas
ruas, agressões a policiais, depredação. Impressionante!
No Senado,
Dilma falava sobre a necessidade de governo e oposição se unirem para
enfrentar os desafios do país — entendi o óbvio: tal união só é possível
quando chefiada pelos petistas e esquerdistas afins. Se não for assim,
ela não quer papo com ninguém. É assombroso!
Numa de suas
respostas, a Afastada foi obrigada a reconhecer que estava tendo o seu
direito de defesa assegurado e ainda fez algumas lisonjas aos senadores,
sugerindo que, até ali, o golpe não havia se consolidado. E não se
consolidaria caso ela não fosse condenada. Síntese de seu raciocínio
brilhante: quando ela vence, então se faz justiça; quando ela perde, aí é
o contrário. Ou ainda: se ela for absolvida, triunfou o estado de
direito; se ela for condenada, então é golpe. Aquela senhora só
reconhece as regras do jogo se ela ganhar. Não dá para levar a sério.
Então ficamos assim: no Senado, a pregação da união, desde que com ela
no comando; nas ruas, os seus apoiadores se encarregavam de literalmente
botar fogo no circo e de espancar um homem que protestava contra a
violência dos vândalos. O ato foi comandado por uma tal Central de
Movimentos Populares, que é mais uma marca-fantasia criada por Guilherme
Boulos
É evidente
que o PT e Dilma são responsáveis indiretos pela violência. Afinal, se a
presidente chama de “golpe” o triunfo da lei (no conteúdo e nos seus
ritos), está convidando os seus seguidores a não aceitar o resultado do
jogo e partir para a violência, já que, do outro lado, não estão também
jogadores, mas sabotadores e inimigos, que precisam ser combatidos.
Os descolados
Os bandidos disfarçados de manifestantes da Paulista não eram muito diferentes do banditismo moral que lotava, segundo leio, as três salas que abrigaram, nesta segunda, a estreia do filme “Aquarius”, do tal Kleber Mendonça, aquele que pega dinheiro público para filmar e viajar para Cannes e que depois classifica a vontade popular e o triunfo da Constituição de golpe. Duas das salas ficam no Conjunto Nacional, na Paulista — do lado de fora, o pau comia. Do lado de dentro, os “descoletes” gritavam “Fora Temer”.
Os bandidos disfarçados de manifestantes da Paulista não eram muito diferentes do banditismo moral que lotava, segundo leio, as três salas que abrigaram, nesta segunda, a estreia do filme “Aquarius”, do tal Kleber Mendonça, aquele que pega dinheiro público para filmar e viajar para Cannes e que depois classifica a vontade popular e o triunfo da Constituição de golpe. Duas das salas ficam no Conjunto Nacional, na Paulista — do lado de fora, o pau comia. Do lado de dentro, os “descoletes” gritavam “Fora Temer”.
Mendonça
aproveitou para depredar a história e o bom senso. Afirmou: “Eu adoro o
meu filme, mas tenho que falar sobre tanta coisa que está acontecendo
nesse país. Tem uma corja tomando o poder hoje à noite sem ter passado
pelas urnas, eu precisava colocar isso. Estou muito desconfortável com
essa situação”.
Corja boa era aquela que estava aboletada na Petrobras e que conduziu a empresa à ruina.
É o que sobrou à esquerda depois de seu espetacular naufrágio: depredação da ordem nas ruas e da verdade em ambientes fechados.
COPIADO http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/discursos-do-pt-e-de-dilma-estimulam-os-vandalos-da-democracia/
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