AFP / MIGUEL ROJO
Delcy Rodríguez (C), ministra venezuelana das Relações Exteriores, fala à imprensa em 11 de julho de 2016, em Montevidéu
O Mercosul continua em crise pela passagem da
presidência rotativa do bloco à Venezuela. A reunião de seus sócios
fundadores em sua sede de Montevidéu nesta quinta-feira terminou sem
qualquer avanço ou consenso. A reunião permitiu a "constatação de não houve consenso em torno do tema da presidência pro tempore", disse o vice-chanceler paraguaio, Rigoberto Gauto, a jornalistas depois do encontro que durou o dia todos entre coordenadores técnicos do bloco composto por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
Na noite de quarta-feira, Nicolás Maduro fez duras críticas a alguns de seus sócios.
Gauto disse que as declarações de Maduro não foram discutidas na reunião celebrada na sede administrativa do Mercosul em Montevidéu.
"A Venezuela foi convidada mas não veio, o que lamentamos", disse Gauto sobre a falta de representantes venezuelanos na reunião. "Todos os países manifestaram sua decepção por não terem contado com a delegação da Venezuela", acrescentou.
O Uruguai deixou a presidência do Mercosul na última sexta-feira após seis meses à frente do bloco, sem ato de passagem à Venezuela.
A Venezuela, entretanto, considera que assumiu o comando da agenda do bloco, mas Brasil, Argentina e Paraguai não reconhecem seu mandato.
A crise no Mercosul prolonga-se desde junho, sem sinal de solução.
Venezuela iça bandeira do Mercosul para assumir presidência apesar de impasse
A chancelaria venezuelana içou nesta sexta-feira, em Caracas, a bandeira do Mercosul para simbolizar o início de seu período na presidência rotativa do bloco, apesar da oposição dos sócios fundadores.
Uma bandeira branca com a logo do organismo foi hasteada na frente da Casa Amarela, sede protocolar da chancelaria, no centro da capital, em um ato liderado pela ministra Delcy Rodríguez e um grupo de funcionários diplomáticos, com o hino venezuelano ao fundo.
O ato aconteceu um dia depois de os sócios fundadores do bloco concluírem sem consenso uma reunião em sua sede de Montevidéu para definir a passagem da presidência pro tempore.
O Uruguai encerrou a presidência do Mercosul na sexta-feira passada depois de seis meses à frente do bloco, sem ato de passagem à Venezuela, que por ordem alfabética a seguiria no posto.
No entanto, os governos de Brasil, Paraguai e Argentina não reconhecem o mandato e questionam a administração do presidente Nicolás Maduro pela situação política na Venezuela.
Além disso, alegam que Caracas não adequou sua legislação ao bloco, no qual ingressou em 2012.
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