Jornais apontam que o golpe quebrou o Brasil, mas ainda evitam mea culpa
Responsável direta pelo golpe parlamentar de 2016, hoje denunciado como "encenação" até pelo ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, a mídia brasileira se dá conta de que esse processo arruinou a economia brasileira; no Valor, "a economia derrete"; no Estado e no Globo, o Brasil se torna lanterninha no mundo; na Folha, 2017 passa a ser um ano perdido; a quebra do Brasil foi construída em várias etapas: em 2014, ano da disputa eleitoral, a ordem era dizer que tudo ia mal, quando o País tinha pleno emprego; 2015 foi o ano do 'quanto pior, melhor', que visava criar as condições para o golpe; neste ano, com Michel Temer e Henrique Meirelles há mais de seis meses no poder, a recessão se aprofunda diante da incapacidade da dupla de apontar qualquer saídaEm 2015, quando ainda era possível enfrentar a queda de de arrecadação com aumentos pontuais de impostos, como a CPMF, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se uniram para promover o impeachment. A política passou a ser dominada pela lógica do 'quanto pior, melhor'.
Em 2016, com Michel Temer e Henrique Meirelles há mais de seis meses no poder, a recessão se aprofunda diante da incapacidade da dupla de apontar qualquer saída.
Na contabilidade desse desastre, o Brasil acumula sete trimestres consecutivos de queda do PIB: os quatro de 2015 (da aliança entre Aécio e Cunha) e os três primeiros de 2016. Ou seja: a maior recessão da história do País é resultado direto do golpe, desde as condições criadas para torná-lo possível.
Os meios de comunicação que se associaram a esse processo apontam o resultado desastroso, mas ainda não fazem – como provavelmente jamais farão – seu mea culpa pela maior destruição de riquezas, empregos e esperanças da história do Brasil.
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