Em vez de ser ouvido por videoconferência,
Marcos Valério – que cumpre pena de 37 anos na Penitenciária Nelson
Hungria, em Contagem – será escoltado até o Paraná para o depoimento,
que será presidido pelo juiz que comanda as ações da operação, Sergio
Moro.
Valério é réu em processo decorrente da 27ª
etapa da Lava Jato, que investigou a destinação de parte dos R$ 12
milhões tomados em empréstimo para o PT pelo pecuarista José Carlos
Bumlai junto ao Banco Schahin.
Ontem, ao G1, o advogado Marcelo Leonardo,
que representa o publicitário, disse que seu cliente poderia ser ouvido
por videoconferência: “Não há necessidade de ele ser levado para
Curitiba. Fica parecendo que há um desejo de fazer um espetáculo
midiático. Envolve gasto público desnecessário”. O advogado argumentou,
ainda, que Valério deve repetir a Moro o que já afirmou à Procuradoria
Geral da República (PGR) em depoimento em 2012.
Em tentativa de negociação de delação
premiada com a Procuradoria, Valério disse que parte dos recursos foi
repassada ao empresário Ronan Maria Pinto, dono do jornal “Diário do
Grande ABC”. O operador é investigado por suspeita de participar da
ocultação dos valores.
Esquema. O dinheiro,
segundo o procurador Diogo Castro de Mattos, seria usado para comprar
ações do citado jornal. Já o objetivo dessa transação, de acordo com
Marcos Valério, devia-se ao fato de o veículo estar ligando Ronan a
denúncias da morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel (PT),
ocorrida em janeiro de 2002, supostamente por ele ter ordenado o fim de
esquema de propinas em sua administração – para o Ministério Público, o
dinheiro ilícito abastecia o caixa do partido.
Os investigadores sustentam que mais de R$ 5
milhões teriam ido para o caixa do empresário. “Os autos
5048967-66.2015.404.7000 e demais correlatos versam sobre o recebimento
de mais de R$ 5 milhões por parte do empresário, provavelmente
provenientes do Banco Schahin, oriundos de um complexo esquema de
lavagem de capitais, cujos recursos foram pagos posteriormente pela
Petrobras mediante um plano arquitetado para beneficiar pessoas
conectadas diretamente ao PT”, afirma a Procuradoria Geral da República.
Assad
Doleiro. A
Lava Jato prendeu ontem, em SP, cumprindo ordem de Sergio Moro, o
lobista Adir Assad. Investigado em outras operações contra a corrupção,
ele foi encaminhado a Curitiba.
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