Testes de stress tiram 27 mil milhões à banca europeia Gigantes como o Santander ou o Deutsche Bank não escaparam às perdas. Analistas esperam pressão nas cotações até ao final do ano.



Gigantes como o Santander ou o Deutsche Bank não escaparam às perdas. Analistas esperam pressão nas cotações até ao final do ano.

Testes de stress tiram 27 mil milhões à banca europeia
Gigantes como o Santander ou o Deutsche Bank não escaparam às perdas. Analistas esperam pressão nas cotações até ao final do ano.
A banca europeia perdeu praticamente 27 mil milhões de euros de capitalização bolsista desde a divulgação dos resultados dos "stress tests", a 29 de julho.
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Fotogaleria A beleza natural das praias do Norte As piscinas da Quinta da Gruta, na Maia, são uma opção acessível e perto da cidade. As crianças pagam 3,10 euros, adultos acompanhantes 3,48 euros e adultos sozinhos pagam 3,87 euros por período (manhã/tarde). Multimédia 10 piscinas na zona do Porto para fugir às multidões da praia Espaço Porto Cruz. Fotografia: D.R. Fotogaleria Dez esplanadas para todos os gostos no Porto A banca europeia perdeu praticamente 27 mil milhões de euros de capitalização bolsista desde a divulgação dos resultados dos ‘stress tests’, a 29 de julho. O índice Stoxx Europe 600 Banks derrapou 3% em cinco sessões, levando a uma perda de 26,88 mil milhões de euros de capitalização bolsista esta semana, segundo as contas da Orey Financial para o Dinheiro Vivo. O destaque vai para gigantes como o Santander, que perdeu mais de quatro mil milhões de euros em cinco sessões, ou a UBS e o BNP Paribas: menos 2,6 mil milhões de euros e 2,8 mil milhões de euros, respetivamente. Também o Barclays, o Credit Suisse, ou Deutsche Bank perderam mais de mil milhões de euros em bolsa. Sem surpresa, os bancos italianos, como o Unicredit e o Intesa Sampaolo, também foram penalizados, a perder mais de dois mil milhões de euros de capitalização bolsista em cinco sessões. Já o Monte dei Paschi di Siena, o único que chumbou os testes de stress, perdeu “apenas” 124 milhões de euros em bolsa. Os analistas contactados pelo Dinheiro Vivo consideram que os resultados dos ‘stress tests’ foram melhores do que o inicialmente esperado pelo mercado. “Os stress tests acabaram por ter um impacto menos dramático face aos receios dos investidores, na medida em que demonstraram que, face a um cenário adverso, os bancos teriam capital suficiente para se manterem solventes”, diz Marisa Cabrita, gestora de ativos da Orey Financial. Fotografia: REUTERS/Alessandro Bianchi Já o Monte dei Paschi di Siena, o único que chumbou os testes de stress, perdeu “apenas” 124 milhões de euros em bolsa. Fotografia: REUTERS/Alessandro Bianchi Já Eduardo Silva, gestor de ativos da XTB, refere que apesar dos resultados positivos para o setor, porque não houve surpresas, “as preocupações com recapitalização não se dissiparam nem aliviaram com os resultados”. Assim, para o especialista, os resultados reconhecem “o esforço de recapitalização” mas “fazem pouco para aliviar as preocupações sobre a força do setor”. Até porque, defende, “muitos dos bancos que brilharam nos testes deparam-se com as mesmas dificuldades para cobrir os custos de capital e encontram as mesmas dificuldades fundamentais que os bancos mais pressionados”. Pedro Lino, da DIF, tem a visão contrária: “A reação inicial ainda foi negativa uma vez que existe a perspetiva de redução da rentabilidade dos bancos e a incerteza quanto a mais aumentos de capital. Posto isto, a banca europeia transaciona com um desconto muito elevado face aos pares americanos, e tendo em conta que a banca americana deverá continuar a subir, então e natural que o sector na Europa comece lentamente a recuperar.” O resultado do Brexit causou ondas de choque por toda a Europa e expôs a fraqueza em alguns bancos da zona euro, especialmente em Itália Os bancos europeus tornaram-se a maior preocupação dos investidores e decisores políticos do Velho Continente depois do resultado do referendo no Reino Unido ter votado a favor do Brexit. O resultado causou ondas de choque por toda a Europa e expôs a fraqueza em alguns bancos da zona euro, especialmente em Itália. Mas os ‘stress tests’ também chamaram a atenção para casos como o da Irlanda, destaca Eduardo Silva, “que surge como maior surpresa, os testes de stress serviram como alerta de que a crise não está ultrapassada e que ainda existe um longo percurso de reestruturações fundamentais por implementar”. Para Marisa Cabrita, os destaques vão, sem surpresa, o italiano Banco Monte dei Paschi di Siena “como o que apresenta maiores fragilidades entre os bancos analisados”. Os testes expuseram também a “necessidade de reforço de capital em instituições sistémicas como o Barclays, Deutsche Bank ou Societé Generale”, o que não foi, para a especialista, uma surpresa para o mercado. Os testes de stress serviram como alerta de que a crise não está ultrapassada e que ainda existe um longo percurso de reestruturações fundamentais por implementar”. “Os testes revelaram que a banca italiana, recente alvo de grande preocupação revelou encontrar-se numa posição razoável. A Irlanda, Alemanha e Holanda revelam-se mais expostas”, acrescenta a especialista. Para Pedro Lino, da DIF, “os países mais penalizados têm sido os periféricos e a Alemanha, nomeadamente por via dos maus resultados do Commerzbank, e duvidas quanto à solidez e capacidade do Deutsche Bank e dos bancos regionais alemães em enfrentarem um choque de mercado”. Angela Merkel, chanceler alemã. Fotografia: Fabrizio Bensch / Reuters Os países mais penalizados têm sido os periféricos e a Alemanha, de Angela Merkel, por via dos maus resultados do Commerzbank, e duvidas quanto à solidez e capacidade do Deutsche Bank. Foto: Reuters Pressão até ao final do ano Apesar da queda de 3% as instituições registaram uma estagnação nas quedas, depois de terem perdido mais de 45 mil milhões de euros nas duas primeiras sessões. A segurar o comportamento do índice e impedir maiores perdas estiveram os resultados divulgados por alguns gigantes europeus, com saltos nos lucros que impulsionaram as ações. Bancos como a ING, o Crédit Agricole e a Societé Generale inverteram a tendência de queda depois de terem revelado um conjunto forte de resultados financeiros e operacionais. Ainda assim, essa recuperação a meio da semana não foi suficiente para impedir o rombo na capitalização bolsista dos bancos. A Societé Generale perdeu 726 milhões de euros de capitalização bolsista, o Crédit Agrícole 803 milhões de euros. Já o ING, em sentido inverso, recuperou mil milhões de euros na sua capitalização bolsista. O lucro da ING cresceu 27% com o crescimento do crédito e 650 mil novos clientes no segundo trimestre. Também o Crédit Agricole viu os lucros subirem 26% no segundo trimestre, com a mais valia da venda da participação na Visa. Já a Societé Generale os lucros do trimestre aumentaram 36% com o crescimento da área de retalho internacional e dos serviços financeiros. O HSBC teve uma queda nos lucros de 45% por causa do ‘brexit’ mas a cotação foi ser influenciada pelo anúncio de um programa de recompra de ações. Já o Unicredit divulgou resultados acima das expectativas mas sofreu os efeitos dos resultados dos ‘stress tests’, onde ficou posicionado como o sexto pior banco. Setor vai continuar pressionado até ao final do ano devido a problemas dos próprios bancos mas também ao enquadramento atual do mercado bolsista Para os analistas, o setor vai continuar pressionado até ao final do ano devido a problemas dos próprios bancos mas também ao enquadramento atual do mercado bolsista. “O sector continuará sob pressão devido ao ambiente de taxas de depósito baixas, fraco crescimento, inflação fraca, regulamentação mais apertada, fraca liquidez, custos judiciais e de reestruturação. O processo é lento e apenas uma medida não convencional poderia aliviar o sector no segundo semestre”, diz Eduardo Silva. Marisa Cabrita concorda. “O ambiente de taxas de juro negativas, taxa de crescimento económico modesto, elevados custos de regulação bem como níveis de malparado elevados, contribuem para um ambiente extremamente desafiante em termos de rentabilidade para o sector financeiro”. Até porque, refere, apesar dos bancos estarem solventes, estão com “cada vez mais dificuldades em manterem-se economicamente viáveis e apresentarem resultados. Neste cenário, poderá esperar-se que algumas instituições continuem a apresentar performances deprimidas”, frisa. E em Portugal? A banca portuguesa não passa ao lado do “ambiente desafiante”, como todas as economias periféricas. Marisa Cabrita lembra que a banca nacional está numa situação “considerada mais fragilizada devido ao impacto do Novo Banco”, que está em processo de venda e recebeu uma injeção de capital de 4,9 mil milhões de euros, do Estado e do Fundo de Resolução. “Segundo a Moody’s, as perspetivas para o sector bancário nacional continuam a deteriora-se e os níveis de capitalização são considerados baixos”, lembra. Pedro Lino enumera vários problemas: “O enorme buraco do Fundo de Resolução e uma eventual contribuição extraordinária após a venda do Novo Banco, o crédito mal parado, a recapitalização da CGD, que evidencia os graves problemas do sector, as taxas de juro negativas, que tem impacto na rentabilidade dos bancos, e o fraco crescimento da economia que se traduz numa redução de crédito e capacidade para atrair investimento para o sector financeiro.” Também Eduardo Silva refere que “o impacto óbvio é de que o sector deverá permanecer sob forte escrutínio dos investidores. A criação de valor, custos de reestruturação e imparidades vão continuar a limitar os resultados e afastar investimento no segundo semestre”, avisa. - Veja mais em: https://www.dinheirovivo.pt/bolsa/stress-tests-tiram-27-mil-milhoes-a-banca-europeia
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