Ensino Superior Entraram 9500 alunos na segunda fase, mas ainda há 5100 lugares



Manuel Heitor está confiante de que todas as vagas vão ser preenchidas


Há mais 167 colocados em relação à mesma fase do ano passado. Vagas livres passam para a 3.ª fase e concursos locais
As universidades e os politécnicos vão ter mais 7708 alunos no primeiro ano. Aos quais se juntam os 1869 que já tinham entrado na primeira fase mas voltaram a concorrer agora para mudar de curso. Ou seja, ao todo, entraram na segunda fase do concurso nacional 9577 jovens, mais 167 do que na mesma fase do ano passado.
No conjunto das duas fases entraram 45 830 novos estudantes. Ainda assim, depois da segunda fase, cujos resultados são hoje conhecidos, ainda ficaram por preencher 5166 vagas, mostram os dados divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES). No entanto, a tutela sublinha que "da existência de um número significativo de vagas por preencher nalgumas instituições não se pode inferir que estas vão ficar sem alunos".
Entre os cursos há 42 - sobretudo engenharias, em que ainda existem 1317 lugares - que apesar de ainda terem bastantes vagas disponíveis, voltaram a não ter qualquer aluno interessado. A quase totalidade são em institutos politécnicos, que de alguma forma já esperam este resultado nas colocações. Tal como explicou aquando dos resultados da primeira fase, a 11 de setembro, Joaquim Mourato, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), "alguns cursos são feitos para os concursos locais, mas para poderem funcionar têm de ser colocados no concurso nacional". O que faz que os institutos saibam à partida que têm procura nacional para determinados cursos, mas que estes vão funcionar com as ofertas locais.
É por isso que, juntando todos os concursos e ofertas, as instituições de ensino e a Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) estimam que o número de novos estudantes inscritos no primeiro ano seja de 78 250. Dos quais 7400 nos cursos técnicos superiores profissionais e 70 850 nos cursos de licenciatura e integrados de mestrado.
Os números da segunda fase confirmam o aumento de alunos que já se tinha registado na primeira fase. No conjunto das duas entradas no superior o número de candidatos subiu de 54 081, em 2015, para 56 096, este ano. Os colocados também tiveram um aumento de 1,9% (de 44 992 para 45 830 estudantes).
Os alunos agora colocados podem matricular-se a partir de hoje e até segunda--feira, na respetiva instituição de ensino superior. Cabe depois às universidades e politécnicos decidir se vão ainda colocar as vagas sobrantes à terceira fase do concurso. Esta última etapa nacional vai decorrer entre 6 e 10 de outubro. E as vagas vão ser divulgadas no site da DGES.
O ministério tutelado por Manuel Heitor lembra também, na nota enviada aos jornalistas, que os cursos com menos de dez alunos inscritos podem manter-se em funcionamento no próximo ano letivo. O critério usado estabelece que "não podem ser fixadas vagas em relação aos cursos que, em cada um dos últimos dois anos letivos, tenham um número total de novos alunos inscritos inferior a dez", esclarece o MCTES.
Medicina recupera primeiro lugar
Na primeira fase do concurso nacional a surpresa foi para o curso com a média de entrada mais alta: engenharia aeroespacial e engenharia física tecnológica, ambas do Instituto Superior Técnico e com média de 18,5 valores. Pela primeira vez em muitos anos, medicina não foi a nota mais alta e o melhor resultado foi na Universidade do Porto com 18,4 valores.
No entanto, a segunda fase veio repor a normalidade e medicina volta a ocupar o primeiro lugar. O curso do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto colocou um aluno com média de 19,4 valores.
Há ainda mais colocados em 11 cursos (todos os de medicina e algumas engenharias) que tiveram agora melhor média do que o melhor curso da primeira fase, ou seja, acima de 18,5 valores. Isto deve-se aos melhores resultados dos exames da segunda fase que só agora permitiram aos alunos inscrever-se no ensino superior.

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