Reforma da Previdência só deverá ser votada depois das eleições Envio do novo texto deve acontecer depois do segundo turno, em novembro; proposta eleva idade de aposentadoria para 65 anos caso sobrevida da população cresça

Envio do novo texto deve acontecer depois do segundo turno, em novembro; proposta eleva idade de aposentadoria para 65 anos caso sobrevida da população cresça

Em mais um recuo do Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer, que jantou esta noite no Palácio do Alvorada com ministros e líderes dos partidos da base aliada, acabou cedendo à pressão dos parlamentares e das centrais sindicais e concordou em deixar o envio da Reforma da Previdência para depois das eleições.
"Antes das eleições não irão mais", declarou o deputado Paulo Pereira da Silva, da Força Sindical, ao explicar que, na semana que vem, deverá ser promovida uma nova reunião com as centrais sindicais, no Planalto. Com isso, o envio da reforma poderá ser enviada apenas em novembro, depois do segundo turno. Mas a ideia do governo é que comece a ser apreciada ainda este ano. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, também tinha se declarado contra o envio da proposta antes das eleições.
Como o texto final não está fechado ainda, Temer concordou em discutir mais as medidas a serem propostas. O presidente quer discutir mais o assunto e até mesmo fazer campanhas para apresentar as ideias de mudanças, para tentar reduzir as resistências. Mas a ideia desagrada alguns setores do governo, como a área econômica, que entendia que o envio seria um sinal positivo e uma demonstração ao mercado da real intenção de Temer de levar adiante os ajustes prometidos. Só que os políticos são contra a ideia por temerem que esta proposta possa atrapalhar o desempenho de vários candidatos nas eleições municipais.
Temer também pretende se reunir com aliados, a exemplo do que fez nesta terça-feira para defender a PEC dos gastos públicos, para tratar da reforma da Previdência e pedir apoio dos parlamentares. Para isso, o governo irá preparar, também planilhas e dados para ajudar deputados e senadores a defenderem a ideia. (Tânia MOnteiro, Erich Decat e Vera Rosa)
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