cabo de guerra
Dilma viaja e Temer usa jornais estrangeiros para negar "golpe"
Dilma vai aos EUA e Temer usa jornais estrangeiros para negar "golpe"
"Não estou fazendo nenhum esforço, nenhuma ação, mas estou ofendido pelas palavras dela", disse Michel Temer.
22/04/2016 11:29h
Os jornais estrangeiros se
tornaram o novo palco do embate entre a presidente, Dilma Rousseff (PT),
e o vice, Michel Temer (PMDB). Poucos dias após a petista denunciar o
"golpe de Estado em curso" no Brasil a estrangeiros, o peemedebista usou
entrevistas a veículos internacionais, como o Wall Street Journal e o
Financial Times, para defender a constitucionalidade do processo de
impeachment. O pano de fundo é a viagem de Dilma aos Estados Unidos,
onde deve reforçar o argumento de que a democracia nacional está em
perigo em discurso nas Nações Unidas. Enquanto isso, o já presidente
interino se defende das acusações enquanto articula uma possível equipe
ministerial.
Vice-presidente Michel Temer (Foto: Romério Cunha/ VPR/ Fotos Públicas 16/11/2015)
"Não
há golpe, de maneira alguma, ocorrendo aqui no Brasil", afirmou Temer,
em entrevista publicada pelo Financial Times (FT). "Vários ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF) disseram que o possível impeachment da
presidente da República não representaria um golpe. É um processo
constitucional", acrescentou. Para o Wall Street Journal, o peemedebista
ressaltou ainda que "cada etapa do impeachment está em conformidade com
a Constituição", disse. "Como isso seria um golpe?", questionou.
De
acordo com o peemedebista, Dilma deveria se defender no Senado, em vez
de criar problemas para o Brasil ao fazer falsas declarações fora do
País. Temer disse ao FT que não está participando do processo de
impeachment e que tem defendido, nos últimos meses, uma unidade nacional
para "tirar o País da crise". "Não estou fazendo nenhum esforço,
nenhuma ação, mas estou ofendido pelas palavras dela", disse à
publicação.
Nesta quinta-feira, 21,
Temer assumiu interinamente a Presidência da República com o embarque de
Dilma para os Estados Unidos, onde vai assinar o Acordo de Paris sobre o
clima, na sede da ONU. Além de "denunciar o golpe em curso" na ONU,
Diulma deve conceder pelo menos duas entrevistas à mídia estrangeira em
Nova York.
A petista aproveitou
entrevista a jornalistas estrangeiros, no começo da semana, para
criticar o processo de impeachment contra ela, cuja admissibilidade foi
aprovada na Câmara no dia 17 e agora tramita no Senado. "Estou sendo
vítima de um processo baseado em uma flagrante injustiça e fraude
jurídica e política e, ao mesmo tempo, de um golpe. O Brasil tem um veio
golpista adormecido", afirmou. Sem mencionar diretamente Temer e o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Dilma afirmou que existem
"dois chefes do golpe que agem em conjunto e de forma premeditada".
O
processo de impeachment de Dilma tem ganhado espaço nas publicações
internacionais, seja em editoriais ou reportagens. Nesta quinta-feira, a
capa da nova edição da revista The Economist voltou a estampar a imagem
do Cristo Redentor. Depois de simbolizar a decolagem e, mais
recentemente, a derrocada do Brasil, a estátua agora aparece pedindo
socorro. Em editorial, a revista diz que a presidente Dilma Rousseff tem
responsabilidade sobre o fracasso econômico, mas que os que trabalham
para tirá-la do cargo "são, em muitos aspectos, piores" e cita Eduardo
Cunha como exemplo. "No curto prazo, o impeachment não vai resolver
isso". Por isso, a revista defende novas eleições gerais.
Depois
da ofensiva do PT para classificar o processo como golpe, Temer se
reuniu com a cúpula do PMDB em São Paulo. Na quarta-feira, 20, o agora
presidente exercício se encontrou com o ex-ministros Moreira Franco,
Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e Eliseu Padilha (PMDB-RS), além do senador
Romero Jucá (PMDB-RR) e o economista Delfim Netto.
Temer
confirmou já estar em conversas com pessoas que podem vir a participar
do governo no caso da confirmação do impeachment da presidente Dilma
Rousseff. Ao Wall Street Journal, ele declarou que tem nomes "na
cabeça", mas que os revelaria apenas no momento adequado.
O
advogado José Yunes, conselheiro e amigo do peemedebista há mais 40
anos, contou nesta quarta que será assessor especial da Presidência caso
o processo de impeachment passe pelo Senado e o vice presidente assuma o
mandato. Yunes também esteve com Temer na quarta-feira.
Fonte: Jornaldebrasilia.com.br
COPIADO http://www.portalodia.com/
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