Autárquicas.
Candidatura da líder centrista à Câmara de Lisboa vista cada vez mais
como inevitável pelo CDS. O PSD não garante apoio
A
candidatura de Assunção Cristas à Câmara de Lisboa é vista cada vez
mais como inevitável dentro do CDS. Mesmo sem o apoio do PSD, que afasta
a hipótese e espera por Santana. Sem anúncios oficiais e com a direção
do CDS, pelo menos publicamente, em silêncio, há a constatação de um
facto: "Nesta altura já há pouca margem para Cristas recuar,
principalmente sabendo que o PSD resiste em apoiar a candidatura",
sublinha um dirigente.
A mesma fonte
acrescenta que "se Assunção recuasse agora estaria a dar um sinal de
fraqueza e de receio de testar o que vale a sua liderança, o que não é
de todo uma característica da sua personalidade".
A
contagem decrescente para o primeiro teste à liderança de Cristas
começou logo no dia em que foi eleita, no congresso do CDS, há seis
meses. As eleições autárquicas foram desde logo vistas como a
oportunidade certa. "Proporei ao partido uma candidatura forte e
mobilizadora", anunciou na sua intervenção, dando logo o primeiro sinal.
"Na
ausência, até agora, de outros nomes no CDS que preencham estes
requisitos, pode concluir-se que a candidata só pode ser Assunção. É
talhada para o cargo", admitiu ao DN um dos membros da comissão
política.
Conforme o DN já noticiou, o
CDS tem estudos internos que indicam que Cristas pode ser a melhor
candidata da direita a Lisboa. Mesmo se Santana Lopes avançar, as
hipóteses de um e outro estão muito equilibradas, ainda de acordo com os
dados dos centristas, para vencer o atual presidente da câmara,
Fernando Medina. Com o PSD à espera da decisão de Santana, o CDS vai
marcando terreno, impondo alguma pressão aos sociais-democratas.
Apesar
de o xadrez político estar bastante ativo nos bastidores, oficialmente a
direção do partido está fechada em copas sobre o assunto. "A posição do
CDS quanto às eleições autárquicas e especificamente em relação à
Câmara de Lisboa, mantém-se a que foi definida pela presidente no
congresso. Vamos ter uma candidatura forte e mobilizadora", disse ao DN o
vice-presidente Adolfo Mesquita Nunes.
PSD à espera de Santana
Nem
que Portas desça ao terreno, o PSD não vai apoiar Assunção Cristas. O
partido não muda uma linha na intenção de apresentar um candidato
próprio a Lisboa e recusa-se a acelerar o calendário. O preferido para o
lugar continua a ser Santana. Caso não seja possível, será escolhido
outro quadro do partido ou um independente apontado pelo PSD. Cristas
está fora de hipótese.
Ontem o Expresso
noticiava que o antigo líder do CDS, Paulo Portas, estaria a fazer lóbi
por um apoio social-democrata a Assunção Cristas. O PSD é claro: não é
pressionável, nem mexe nos timings. Fonte próxima da direção nacional
disse ao DN que "quando o PSD quiser juntar algum elemento novo sobre
autárquicas e Lisboa fá-lo-á sem que ninguém tenha dúvidas sobre o
assunto. Esta não é a ocasião". A mesma fonte reage à ideia de um apoio a
Cristas, dizendo que "tudo o que andará por aí em termos especulativos
não passa disso". "Os timings do partido são conhecidos e foram
aprovados no último conselho nacional".
Esse
mesmo calendário foi construído de forma a dar tempo a Santana, que é a
opção preferida da cúpula. Passos não descarta a possibilidade de o
ex-líder ser candidato porque a hipótese ficou em aberto numa conversa
entre ambos em meados de julho.
Depois
disso, o conselho nacional do PSD deu tempo para que Santana decidisse:
"Até final do primeiro trimestre de 2017." Ora, isto deu quase mais oito
meses ao ex-líder do PSD para que o seu mundo girasse. Expressão do
próprio Santana: "As autárquicas serão em outubro de 2017 e até lá o
mundo girará muitas vezes."
Outro
dirigente do PSD explicava ao DN que o partido "nunca aceitará não ter
um candidato forte numa cidade como Lisboa e o Dr. Portas devia saber
disso: nas legislativas não lhe demos um único cabeça de lista em 18
distritos. É um statement nosso, é uma demonstração de força do PSD".
Além
disso, a direção nacional continua a remeter para a frase do
coordenador autárquico Carlos Carreiras, ao DN, sobre o assunto: "Por
princípio, o PSD concorrerá a todos os municípios do país com candidatos
próprios ou com simpatizantes e independentes indicados pelo PSD."
Tudo
contra a hipótese Cristas, incluindo as estruturas locais. Ontem o
líder do PSD-Lisboa quebrou o silêncio no Facebook: "A resposta é a de
sempre #keepcool." Keepcool foi a expressão que Santana utilizou no
congresso para se referir a uma eventual candidatura. Ao DN, o líder da
concelhia lisboeta afirma que "é tempo de discutir projetos para Lisboa
que depois vão ser corporizados por uma pessoa e não o contrário. Não é
tempo de discutir nomes". Há uns meses, o próprio Mauro Xavier chegou a
escrever: "Posso apenas dizer que não será Cristas."
copiado http://www.dn.pt/portugal/
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