Policiais seguram manifestante após jogarem bombas de gás lacrimogêneo no Largo da Batata (Foto: Fábio Tito/G1)
Manifestante
abre os braços posicionado de forma a bloquear a passagem de um
blindado do Choque que dispara um jato d'água, durante ação violenta ao
fim do protesto contra o governo de Michel Temer no Largo da Batata,
Zona Oeste de São Paulo, no domingo (Foto: Miguel Schincariol/AFP)
Policiais na porta do Deic observados por familiares dos detidos (Foto: Kleber Tomaz/G1)
05/09/2016 14h22
- Atualizado em
05/09/2016 14h25Polícia indicia 16 detidos em protesto em SP; 'prisões políticas', diz defesa
Detidos foram indiciados por associação criminosa e corrupção de menores.
Advogado disse que manifestantes não cometeram nenhum crime.
Kleber TomazDo G1 São Paulo
O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da polícia de São Paulo indiciou 16 do total de 26 manifestantes detidos antes do protesto deste domingo (4) contra o governo de Michel Temer por associação criminosa e corrupção de menores. Eles seguirão para audiência de custódia no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo. Os outros dez detidos são menores e irão responder por ato infracional. Eles serão ouvidos pela Justiça no Fórum do Brás, na região central.
O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da polícia de São Paulo indiciou 16 do total de 26 manifestantes detidos antes do protesto deste domingo (4) contra o governo de Michel Temer por associação criminosa e corrupção de menores. Eles seguirão para audiência de custódia no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo. Os outros dez detidos são menores e irão responder por ato infracional. Eles serão ouvidos pela Justiça no Fórum do Brás, na região central.
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Os suspeitos seguem detidos no local e foram indiciados por associação
criminosa e corrupção de menores, mas, segundo o advogado, “ninguém foi
pego depredando nada”. Feller disse ter sido informado pela polícia de
que o grupo foi preso porque iria cometer crimes. "Fico bastante
preocupado de ter autoridades públicas que se julgam na competência de
prever o que vai acontecer e poder prender as pessoas com base em
previsões".O defensor comparou o caso com o filme de ficção científica Minority Report, dirigido por Steven Spielberg e estrelado por Tom Cruise, em que paranormais são capazes de prever o futuro e antecipar os crimes. No longa metragem, o culpado é punido antes mesmo de cometer o delito.
De acordo com Feller, foi uma denúncia anônima que levou a polícia ao Centro Cultural São Paulo, próximo à Estação Vergueiro do Metrô, onde 21 dos suspeitos estavam reunidos. Com eles, foram apreendidos, entre outros objetos, um pequeno canivete e uma barra de ferro - que os detidos alegam ter sido plantada pela própria PM para incriminá-los.
"Com nenhum foi encontrado pedras, materiais que pudessem servir para machucar quem quer que fosse. Ao contrário. Com eles, foi encontrado material para se proteger. Máscaras, vinagre, coisas do gênero", disse o advogado. Segundo ele, o canivete era utilizado como chaveiro, do tipo suíço, com tesoura para cortar unhas, além de outros pequenos utensílios.
O G1 não conseguiu localizar advogado dos demais detidos. A reportagem apurou que entre os presos há pessoas de 16 a 30 anos de idade. No site da Secretaria de Segurança Pública, foram divulgadas fotos do que a polícia afirmou ter sido apreendido com os ativistas. Entre eles, estão um estilingue e uma pedra. Feller disse que os objetos foram recolhidos com outros cinco manifestantes presos em pontos da Avenida Paulista, em ação realizada pouco antes do ato.
'Minha filha não é black block'
O pai de uma das jovens detidas antes do protesto afirmou que não há motivos para a detenção. A estudante Taís Poliquete Luna, 18, é uma das 26 pessoas detidas (16 adultos e 10 adolescentes) pela polícia no Centro Cultural São Paulo, na Rua Vergueiro, Zona Sul da cidade, e levada para o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
Segundo o pai de Taís, Marco Aurélo Luna, 43, ela não é uma black bloc. "Ela tinha ido se manifestar. Não pertence a esse grupo", disse Marco, que aguardava informações em frente do Deic. "Soube que ela e os outros maiores serão indicados por associação criminosa e aliciamento de menores".
Policiais na porta do Deic observados por familiares dos detidos (Foto: Kleber Tomaz/G1)
A madrasta de Taís criticou as acusações contra a jovem. "Como podem
acusá-la dessas coisas? Quem está detido nem se conhecia. Não faz
sentido o que está ocorrendo com eles", afirmou Alessandra Ferreira.Ainda segundo a SSP, policiais militares encontraram parte dos envolvidos em uma estação do metrô. "O grupo contou que estava a caminho de um protesto na Avenida Paulista. Com os integrantes, foram encontrados uma barra de ferro, câmeras, celulares, toucas, lenços, máscaras e diversos frascos contendo líquidos – estes, enviados à perícia para análise da substância", diz a nota.
O advogado Ariel de Castro Alves, do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, afirmou que pedirá à Secretaria da Segurança Pública para apurar a denúncia de que a Polícia Militar plantou provas com os jovens para incriminá-los. "Seriam paus, pedras que não estavam com eles", disse Ariel.
Protesto
O ato contra o governo Michel Temer correu pacífico por cerca de quatro horas. Durante a caminhada, não houve registros de danos nem de brigas. Mascarados entraram no ato, mas foram obrigados pelos outros participantes a mostrarem os rostos.
(O G1 acompanhou o ato contra Temer em TEMPO REAL. Veja como foi em fotos e vídeos.)
A caminhada terminou no Largo da Batata. Lá, um caixão representando o governo Temer foi queimado. Quando todo os manifestantes chegaram ao local, as lideranças discursaram contra o governo, pediram novas eleições e ressaltaram que não houve depredações nem violência. Às 20h30, o ato foi encerrado.
Depois disso, a polícia dispersou os manifestantes com bombas de gás e jatos d´água. Houve correria. Uma agência bancária teve uma vidraça quebrada. Sacos de lixo foram jogados no meio da via no Largo da Batata e pequenos grupos colocaram fogo neles.
Um vídeo enviado ao G1 mostra o momento em que uma bomba explodiu. Os manifestantes se assustaram e tentaram entrar na estação Faria Lima, que fica no local onde o protesto terminou. Manifestantes xingavam policiais e gritavam pedindo a abertura da estação (veja abaixo).
Esta foi a sétima manifestação contra o presidente em uma semana. Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), disse que 100 mil pessoas participaram do ato. A Polícia Militar não divulgou estimativa. No auge, a manifestação ocupou três quarteirões da Avenida Paulista.
Em nota no Twitter, a PM disse: "Em manifestação inicialmente pacífica, vândalos atuam e obrigam PM a intervir com uso moderado da força / munição química".
Depois, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que "após os organizadores encerrarem a manifestação, houve um princípio de tumulto na Estação Faria Lima do Metrô, que se transformou em depredação". "Vândalos quebraram catracas, colocando em risco funcionários. A Polícia Militar atuou para restabelecer a ordem pública, sendo recebida a pedradas, intervindo com munição química e utilização de jato d'água", afirmou o comunicado.
A PM também informou que nove pessoas foram detidas com pedras, pedaços de ferro e máscaras e encaminhadas ao Deic. O horário e a maneira como foram feitas as prisões não tinham sido informados até a última atualização desta reportagem.
Cronologia dos eventos:
15h - Começa concentração em frente ao Museu de Arte de São Paulo, Masp
16h30 - Ato começa oficialmente
17h30 - Imagens aéreas mostram 3 quarteirões da Avenida Paulista ocupados
18h - Manifestantes partem em direção ao Largo da Batata, pela Avenida Rebouças
19h30 - Chegada ao Largo da Batata
20h30 - Guilherme Boulos, da organização, declara o ato encerrado
20h49 - PM joga bombas sobre manifestantes
21h06 - Polícia divulga nota no Twitter para explicar atuação
22h29 - SSP diz em comunicado que houve depredação na Estação Faria Lima
Mulher
protesta em frente aos policias do Choque, posicionados posicionados ao
lado da entrada do metrô Faria Lima (Foto: Fábio Tito/G1)
Após encerramento do ato, policiais jogam bombas de gás lacrimogêneo no Largo da Batata (Foto: Fábio Tito/G1)
Manifestante
abre os braços posicionado de forma a bloquear a passagem de um
blindado do Choque que dispara um jato d'água, durante ação violenta ao
fim do protesto contra o governo de Michel Temer no Largo da Batata,
Zona Oeste de São Paulo, no domingo (Foto: Miguel Schincariol/AFP)
Policiais seguram manifestante após jogarem bombas de gás lacrimogêneo no Largo da Batata (Foto: Fábio Tito/G1)
Manifestação
está reunida no Largo da Batata. No carro de som, militantes da Frente
Brasil Popular e do Povo Sem Medo encerram o ato. (Foto: G1)
No Largo da Batata, manifestantes queimam um caixão e falam em morte da democracia (Foto: G1
05/09/2016 11h03 - Atualizado em 05/09/2016 14h12
'Ela não é black bloc', diz pai de jovem detida antes de ato contra Temer
A estudante Taís Luna é uma das 26 pessoas detidas e levadas ao Deic.
Polícia indiciou 16 detidos por associação criminosa e corrupção de menores.
Kleber TomazDo G1 São Paulo
O pai de uma das jovens detidas antes do protesto deste domingo (4) contra o governo de Michel Temer em São Paulo afirmou que não há motivos para a detenção. A estudante Taís Poliquete Luna, 18, é uma das 26 pessoas detidas (16 adultos e 10 adolescentes) pela polícia no Centro Cultural São Paulo, na Rua Vergueiro, Zona Sul da cidade, e levada para o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
O pai de uma das jovens detidas antes do protesto deste domingo (4) contra o governo de Michel Temer em São Paulo afirmou que não há motivos para a detenção. A estudante Taís Poliquete Luna, 18, é uma das 26 pessoas detidas (16 adultos e 10 adolescentes) pela polícia no Centro Cultural São Paulo, na Rua Vergueiro, Zona Sul da cidade, e levada para o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
saiba mais
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou em nota que indiciou
16 manifestantes por associação criminosa e corrupção de menores. Eles
seguirão para audiência de custódia no Fórum da Barra Funda, na Zona
Oeste de São Paulo. Os dez menores irão responder por ato infracional e serão ouvidos pela Justiça no Fórum do Brás, na região central.Segundo o pai de Taís, Marco Aurélo Luna, 43, ela não é uma black bloc. "Ela tinha ido se manifestar. Não pertence a esse grupo", disse Marco, que aguardava informações em frente do Deic. "Soube que ela e os outros maiores serão indicados por associação criminosa e aliciamento de menores".
Policiais na porta do Deic observados por familiares dos detidos (Foto: Kleber Tomaz/G1)
A madrasta de Taís criticou as acusações contra a jovem. "Como podem
acusá-la dessas coisas? Quem está detido nem se conhecia. Não faz
sentido o que está ocorrendo com eles", afirmou Alessandra Ferreira.O Deic investiga se os manifestantes detidos são adeptos da tática conhecida como black bloc, que consiste em depredar símbolos do governo como forma de protesto.
Mais de 19 horas após a prisão, que aconteceu por volta das 16h de domingo, os detidos ainda não haviam sido liberados na manhã desta segunda-feira (5). No Deic, os adolescentes estavam acompanhados pelo Conselho Tutelar, e os maiores passarão por uma audiência de conciliação antes de serem liberados.
Ainda segundo a SSP, policiais militares encontraram parte dos envolvidos em uma estação do metrô. "O grupo contou que estava a caminho de um protesto na Avenida Paulista. Com os integrantes, foram encontrados uma barra de ferro, câmeras, celulares, toucas, lenços, máscaras e diversos frascos contendo líquidos – estes, enviados à perícia para análise da substância", diz a nota.
O advogado Ariel de Castro Alves, do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, afirmou que pedirá à Secretaria da Segurança Pública para apurar a denúncia de que a Polícia Militar plantou provas com os jovens para incriminá-los. "Seriam paus, pedras que não estavam com eles", disse Ariel.
O G1 ainda não conseguiu ouvir os advogados dos detidos.
Protesto
O ato contra o governo Michel Temer correu pacífico por cerca de quatro horas. Durante a caminhada, não houve registros de danos nem de brigas. Mascarados entraram no ato, mas foram obrigados pelos outros participantes a mostrarem os rostos.
(O G1 acompanhou o ato contra Temer em TEMPO REAL. Veja como foi em fotos e vídeos.)
A caminhada terminou no Largo da Batata. Lá, um caixão representando o governo Temer foi queimado. Quando todo os manifestantes chegaram ao local, as lideranças discursaram contra o governo, pediram novas eleições e ressaltaram que não houve depredações nem violência. Às 20h30, o ato foi encerrado.
Depois disso, a polícia dispersou os manifestantes com bombas de gás e jatos d´água. Houve correria. Uma agência bancária teve uma vidraça quebrada. Sacos de lixo foram jogados no meio da via no Largo da Batata e pequenos grupos colocaram fogo neles.
Um vídeo enviado ao G1 mostra o momento em que uma bomba explodiu. Os manifestantes se assustaram e tentaram entrar na estação Faria Lima, que fica no local onde o protesto terminou. Manifestantes xingavam policiais e gritavam pedindo a abertura da estação (veja abaixo).
Esta foi a sétima manifestação contra o presidente em uma semana. Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), disse que 100 mil pessoas participaram do ato. A Polícia Militar não divulgou estimativa. No auge, a manifestação ocupou três quarteirões da Avenida Paulista.
Em nota no Twitter, a PM disse: "Em manifestação inicialmente pacífica, vândalos atuam e obrigam PM a intervir com uso moderado da força / munição química".
Depois, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que "após os organizadores encerrarem a manifestação, houve um princípio de tumulto na Estação Faria Lima do Metrô, que se transformou em depredação". "Vândalos quebraram catracas, colocando em risco funcionários. A Polícia Militar atuou para restabelecer a ordem pública, sendo recebida a pedradas, intervindo com munição química e utilização de jato d'água", afirmou o comunicado.
A PM também informou que nove pessoas foram detidas com pedras, pedaços de ferro e máscaras e encaminhadas ao Deic. O horário e a maneira como foram feitas as prisões não tinham sido informados até a última atualização desta reportagem.
Cronologia dos eventos:
15h - Começa concentração em frente ao Museu de Arte de São Paulo, Masp
16h30 - Ato começa oficialmente
17h30 - Imagens aéreas mostram 3 quarteirões da Avenida Paulista ocupados
18h - Manifestantes partem em direção ao Largo da Batata, pela Avenida Rebouças
19h30 - Chegada ao Largo da Batata
20h30 - Guilherme Boulos, da organização, declara o ato encerrado
20h49 - PM joga bombas sobre manifestantes
21h06 - Polícia divulga nota no Twitter para explicar atuação
22h29 - SSP diz em comunicado que houve depredação na Estação Faria Lima
Mulher
protesta em frente aos policias do Choque, posicionados posicionados ao
lado da entrada do metrô Faria Lima (Foto: Fábio Tito/G1)
Após encerramento do ato, policiais jogam bombas de gás lacrimogêneo no Largo da Batata (Foto: Fábio Tito/G1)
Manifestante
abre os braços posicionado de forma a bloquear a passagem de um
blindado do Choque que dispara um jato d'água, durante ação violenta ao
fim do protesto contra o governo de Michel Temer no Largo da Batata,
Zona Oeste de São Paulo, no domingo (Foto: Miguel Schincariol/AFP)
Policiais seguram manifestante após jogarem bombas de gás lacrimogêneo no Largo da Batata (Foto: Fábio Tito/G1)
Manifestação
está reunida no Largo da Batata. No carro de som, militantes da Frente
Brasil Popular e do Povo Sem Medo encerram o ato. (Foto: G1)
No Largo da Batata, manifestantes queimam um caixão e falam em morte da democracia (Foto: Reprodução/GloboNews)
COPIADO http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/
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