Sánchez dá a entender que irá tentar reunir apoios para investidura Depois das tentativas falhadas de Rajoy, volta a falar-se na possibilidade de um acordo entre PSOE, Podemos e Ciudadanos



Depois das tentativas falhadas de Rajoy, volta a falar-se na possibilidade de um acordo entre PSOE, Podemos e Ciudadanos


Sánchez, na sexta-feira, durante a investidura falhada de Rajoy
Depois das tentativas falhadas de Rajoy, volta a falar-se na possibilidade de um acordo entre PSOE, Podemos e Ciudadanos
Pedro Sánchez começou a abrir o jogo, deixando pistas sobre o que lhe vai na mente. O secretário-geral do PSOE deixou ontem um apelo aos "partidos da mudança" para que procurem chegar a um acordo "de forma a acabar com o fracasso do governo de Mariano Rajoy". Depois da investidura falhada do líder do Partido Popular, Sánchez mostra-se disposto a liderar um executivo "limpo, social e justo", dando a entender que irá procurar reunir apoios para tentar uma investidura como primeiro-ministro.
Ainda assim, o secretário-geral dos socialistas não desvendou quais são os partidos que pretende seduzir e, segundo o jornal ABC, "evitou o contacto com os jornalistas para não ter de responder a perguntas".
A matemática, no entanto, não ajuda as pretensões de Sánchez. Pablo Iglesias e outros dirigentes da coligação Unidos Podemos, por diversas vezes, já desafiaram o líder do PSOE a procurar uma plataforma alternativa a Rajoy. Mas, mesmo que Sánchez aperte as mãos com Iglesias, a soma daria apenas 156 deputados e ficariam a faltar 20 para a necessária maioria absoluta. Mais uma vez Albert Rivera pode ser a variável chave para resolver a equação. Os votos favoráveis do Ciudadanos garantiriam o sucesso de uma eventual tentativa de investidura de Pedro Sánchez.
O casamento entre PSOE e Ciudadanos está longe de ser impossível, até porque os dois partidos chegaram a assinar um acordo de investidura quando Sánchez, na sequência das eleições de 20 de dezembro, aceitou submeter-se à votação no Parlamento. Mais difícil é imaginar Iglesias e Rivera a apertarem as mãos, mas em política não há impossíveis.
Depois de Sánchez ter ontem dado a entender que pretende procurar uma solução alternativa, Iglesias não perdeu tempo a dar um primeiro passo rumo a uma aproximação a Rivera. "Ciudadanos e Podemos não podem governar juntos, mas poderíamos pedir o apoio de Rivera a um governo nosso com o PSOE", afirmou o líder da coligação de esquerda.
Segundo o El Mundo, várias fontes socialistas indicaram que nos próximos dias Pedro Sánchez procurará conversar por telefone com Rivera e Iglesias para avaliar a viabilidade dessa opção.
Na semana passada, Rivera afirmou que está disposto a perder toda a sua credibilidade pelo bem de Espanha. Resta saber se o líder do Ciudadanos entenderá que, para o bem do país, é melhor um governo do PSOE com o Podemos do que um regresso às urnas.
Outra possibilidade de Sánchez, caso fracasse o acordo a três entre PSOE, Ciudadanos e Podemos, é procurar apoio junto dos partidos regionais com pretensões independentistas. Do ponto de vista político essa é uma solução mais complicada. As forças regionais dificilmente darão o sim ao PSOE sem a garantia de poderem realizar referendos sobre a soberania das suas regiões. Esse cenário colocaria em causa a integridade territorial de Espanha e essa é uma linha vermelha que os socialistas não podem arriscar pisar.
As próximas semanas serão determinantes para perceber o que poderá acontecer, principalmente tendo em conta que a 25 de setembro haverá eleições regionais na Galiza e no País Basco. Um mau resultado do PSOE pode enfraquecer Pedro Sánchez e baralhar as negociações de apoios.
Ontem, José Luis Zapatero, ex-primeiro-ministro socialista, veio mais uma vez apelar a um acordo entre partidos. "Fazer um pacto não significa atraiçoar. Antes de convocar novas eleições, é preciso apelar à responsabilidade dos partidos", sublinhou o ex-chefe de governo, numa mensagem que o El País interpreta como um recado a Pedro Sánchez e como um apelo para que os socialistas se abstenham numa eventual nova tentativa de investidura de Mariano Rajoy.
O que fará o rei? De acordo com o El Mundo, é possível que Felipe VI não volte a chamar os líderes partidários para uma nova ronda de consultas e decida ficar à espera que alguém se apresente com os apoios necessários para uma investidura.
Caso nenhum candidato consiga ser investido até 31 de outubro, o rei Felipe VI será obrigado a dissolver o Parlamento e a convocar novas eleições, que seriam as terceiras em apenas um ano. Pelos prazos constitucionais, a consulta popular deveria ser a 25 de dezembro, mas prevê-se que os partidos cheguem a um acordo para encurtar a campanha eleitoral e realizar as eleições no dia 18.


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