Palácio do Planalto
Tese oficial é a de que a base partidária do governo é tão ampla que qualquer apoio poderia melindrar outros postulantes de legendas aliadas
Os candidatos a prefeito de partidos da base de Michel Temer nas capitais não terão a presença do presidente em seus palanques. A tese oficial do Palácio do Planalto é a de que a base partidária do governo é tão ampla que qualquer apoio poderia melindrar outros postulantes de legendas aliadas.Além disso, o presidente estaria focado no ajuste fiscal e não teria tempo para mergulhar no processo eleitoral. A decisão não incomodou os principais candidatos do PMDB, PSDB, DEM e demais legendas que compõem a coalizão governista. Faltando pouco menos de um mês para o primeiro turno, os candidatos dos maiores colégios eleitorais não convidaram Temer para atos de campanha.
O jornal "O Estado de S. Paulo" apurou que as campanhas do PSDB, DEM e PMDB em São Paulo, Belo Horizonte, Rio e Salvador não pretendem explorar a imagem de Temer em nenhum momento. "Em Salvador o PMDB tem o vice de ACM Neto (DEM). Lá a base está toda unida, o que poderia ser um facilitador. Mas não creio que se abrirá uma exceção", disse o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).
Ele afirmou, porém, que os ministros do governo podem e devem participar. Marqueteiros ouvidos pela reportagem disseram que ainda é interessante mostrar proximidade do candidato local com o Palácio do Planalto, mas sem exaltar a figura do presidente.
Um dos mais próximos auxiliares de Temer, o secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, disse que a eleição municipal não está na pauta. "Ainda não conversamos sobre eleições municipais. Mas, para o governo, a agenda econômica é quase uma questão exclusiva. A gravidade é de tal ordem e os problemas de tal profundidade que a agenda econômica mobiliza toda a energia."
Segundo uma compilação feita pelo portal "G1" com as pesquisas do Ibope realizadas nesta semana, o índice de aprovação de Temer - ótimo e bom - varia de 8% a 19% nas capitais. O maior índice de aprovação à administração de Temer - bom ou ótimo - foi registrado em Manaus. As pesquisas eleitorais estão registradas nos Tribunais Regionais Eleitorais e no Tribunal Superior Eleitoral.
Contra Temer
Após o trajeto da manifestação, que saiu do Masp na avenida Paulista e foi até o Largo da Batata, terminar sem registros de confusões, manifestantes afirmam ter sido atacados pela Polícia Militar (PM) de São Paulo quando os milhares de presentes se dispersavam.
Conforme imagens da transmissão ao vivo da Mídia Ninja, a fumaça das bombas de gás lacrimogênio atingiram até mesmo estações de metrô, usadas pelos manifestantes para irem embora após o fim do ato.
"Após ato com 100 mil pessoas, pacífico, manifestantes já dispersos a caminho de casa recebem tratamento truculento da PM do Alckmin, o governador do estado de SP. Dezenas de bombas de gás lacrimogênio são jogadas no Largo da Batata", afirma publicação da página no Facebook da Mídia Ninja.
Conforme a Agência Estado, houve correria e ao menos 10 bombas foram lançadas. Duas viaturas do Choque avançaram pela Avenida Faria Lima, e a PM jogou jatos de água nos manifestantes na Rua Teodoro Sampaio. Por volta das 21h o Largo da Batata estava vazio, enquanto os manifestantes continuavam a dispersar pelas ruas do bairro de Pinheiros.
Assista:
O protesto chegou por volta das 19h30 no Largo da Batata, em Pinheiros. Mais cedo, eles ocuparam parte da Avenida Paulista. A manifestação começou por volta das 15h30.
"Não realizamos nenhum atendimento, nem relacionado ao protesto, nem qualquer outro tipo", disse Brian Farias, de 26 anos, enfermeiro do Grupo de Apoio ao Protesto Popular, que presta socorro em casos de violência.
Às 20 horas, um grupo grande da manifestantes começava a dispersar pela estação de metrô Faria Lima, aos gritos de "Olê, olê, fora, Temer", e "olê, olê, olá, Diretas Já".
"O governo golpista de Michel Temer falou em cerca de 40 pessoas neste protesto. Somos 100 mil pessoas", disse Guilherme Boulos, da coordenação nacional do MTST, um dos organizadores do ato, em discurso por volta das 17h. O último número oficial divulgado pela organização é, porém, de 50 mil manifestantes. A PM ainda não estimou a quantidade de presentes.
Além do "Fora, Temer", os gritos que mais se escutavam eram pela desmilitarização da polícia. "Não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da Polícia Militar". Até por volta das 18h, a reportagem não havia verificado a presença de Black blocs.
Entre os políticos que foram ao ato estão o ex-senador Eduardo Suplicy (PT), a deputada federal Luiza Erundina (PSOL), candidata a prefeita de SP, e o senador Lindbergh Farias (PT). Suplicy e Erundina não discursaram, mas foram muito aplaudidos.
Lindbergh disse que veio do Rio porque São Paulo "está sendo o principal centro de resistência ao governo Temer" e que veio para "formar uma barreira contra a violência policial". "Eu e o Paulo Teixeira estamos estudando uma representação para entrarmos na Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA contra a atuação da PM na repressão dos manifestantes", afirmou. "Temer na China falou em pacificação. Mas não existe possibilidade de pacificação com Temer, por ter sido seu governo fruto de um golpe, e também pelo projeto, um plano violento contra os trabalhadores. Só há um jeito de o País se reencontrar, que é consultando o povo, consultando a população. Por isso a bandeira das Diretas Já", defendeu.
Quando a passeata chegou no cruzamento da Avenida Paulista com a Rua da Consolação, já no início da noite, as luzes do viaduto que leva à Avenida Rebouças foram totalmente apagadas. Três carros da tropa de Choque e quatro viaturas da PM passaram segundos depois. Muitos manifestantes decidiram encerrar seu protesto nesse momento.
com agência estado
copiado http://www.otempo.com.br/c
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