Cunha e Henrique Alves são denunciados por esquema na Caixa
Cunha e Henrique Alves são denunciados pela PGR
Os dois peemedebistas também são alvos de outra investigação sigilosa que apura suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo serviços ilícitos prestados a empreiteiras
De acordo com documentos obtidos por VEJA, Eduardo Cunha e o ex-ministro e deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República num inquérito sigiloso. Os dois peemedebistas foram acusados de terem participação "na implantação e no funcionamento do esquema de corrupção e lavagem de dinheiro relacionado à Caixa Econômica Federal", entre 2011 e 2015. A fraude, segundo os investigadores, consistia na cobrança de propinas de empresários para a liberação de investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), administrado pela Caixa.
Além de Cunha e Henrique Alves, também foram denunciados como integrantes do esquema o doleiro Lúcio Funaro, o ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto e seu sócio Alexandre Margotto. Em sua delação premiada, Cleto admitiu que foi cooptado por Funaro e Cunha, com o aval de Henrique Alves, para atuar com a missão de direcionar os repasses de recursos do FI-FGTS para empresas escolhidas por Cunha. Estima-se que ao menos 6 bilhões de reais em projetos foram destravados mediante pagamentos de propinas. Um deles foi a aquisição pelo FI-FGTS de títulos de dívida no valor de cerca de 1 bilhão de reais emitidos pela fabricante de papel e celulose Eldorado, controlada pela holding J&F, dono do frigorífico JBS. Com a operação, tanto Cunha como Funaro e Cleto teriam embolsado dinheiro sujo.
Delator revela caminho das propinas para operador de Renan e do PMDB
Um exemplo da relação de negócio entre o parlamentar e o empreiteiro é a rolagem da dívida pública de São Paulo, a pedido de Léo Pinheiro. "Referida 'rolagem' ocorreria em favor do Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, tema que foi tratado no Projeto de Lei Complementar 238/2013, de relatoria de Eduardo Cunha", diz Janot. Em contrapartida, Cunha recebeu "doações de campanha" da OAS em diferentes ocasiões. O Procurador-Geral da República ainda sustenta que o presidente afastado da Câmara "também atuou em favor de empreiteiras em relação à concessão dos aeroportos de Galeão (RJ) e Confins (MG), especialmente para intermediar contatos com o então Ministro da Aviação Civil Moreira Franco".
Mais detalhes na edição de VEJA que chega às bancas neste sábado
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