A tradição americana que Kennedy e Nixon inauguraram em 1960 vídeo
O primeiro frente a frente entre candidatos às presidenciais americanas veio provar o poder da televisão. Quem ouviu deu vitória a Nixon, quem viu deu a JFK.
O
primeiro frente a frente entre candidatos às presidenciais americanas
veio provar o poder da televisão. Quem ouviu deu vitória a Nixon, quem
viu deu a JFK.
Jovem, católico e
quase desconhecido. Quando o senador John F. Kennedy chegou aos estúdios
da CBS naquele dia 26 de setembro de 1960 tinha pouco a seu favor
frente a um experiente vice-presidente Richard Nixon. Mas quando saiu,
depois de quase uma hora de frente-a-frente, JFK era uma estrela. A má
prestação, aliada a uma imagem suada e escanzelada (estava a recuperar
de uma hospitalização) de Nixon face a um Kennedy bronzeado, confiante e
bom orador, acabaria por custar a Casa Branca ao vice de Dwight
Eisenhower.
Passou mais de meio século, mas a influência deste frente-a-frente ainda se faz sentir. A começar pelo poder da televisão. Para quase todos os que seguiram o debate entre Kennedy e Nixon na rádio, o vice-presidente era o vencedor inequívoco. Mas naquela altura, já 88% dos lares americanos tinham televisão e 74 milhões tinham visto os candidatos nesse meio. Para esses, não havia dúvidas que Kennedy vencera.
Passou mais de meio século, mas a influência deste frente-a-frente ainda se faz sentir. A começar pelo poder da televisão. Para quase todos os que seguiram o debate entre Kennedy e Nixon na rádio, o vice-presidente era o vencedor inequívoco. Mas naquela altura, já 88% dos lares americanos tinham televisão e 74 milhões tinham visto os candidatos nesse meio. Para esses, não havia dúvidas que Kennedy vencera.
É
verdade que Nixon esteve melhor nos debates seguintes, mas o mal estava
feito. "Não se podia apagar a imagem que ficara nas mentes após o
primeiro debate", explicava à TIME o historiador dos media Alan
Schroeder. Desde então os debates tornaram-se num dos pontos fulcrais
das campanhas presidenciais. E proporcionaram alguns dos momentos mais
marcantes das eleições americanas.
Depois
do embate Nixon-Kennedy, passaram 16 anos até os americanos terem
oportunidade de ver outro debate televisivo. Tudo porque a lei então em
vigor obrigaria a incluir todos os candidatos (hoje é preciso ter mais
de 15% das intenções de voto para ter lugar nos frente-a-frente
televisivos). Só em 1976, portanto, é que o presidente Gerald Ford e um
quase desconhecido governador da Georgia chamado Jimmy Carter voltaram a
um estúdio. No primeiro debate, Ford teve boa prestação, mas uma gaffe
no segundo frente-a-frente entre os dois candidatos pode ter garantido
que ficaria para a história como o único presidente dos EUA que nunca
ter sido eleito pelo Colégio Eleitoral. Numa altura em que a Cortina de
Ferro dividia a Europa, o republicano garantiu não haver "um domínio
soviético na Europa de Leste". E perante a incredulidade do moderador,
não recuou.
Tal como hoje (com Hillary
Clinton e Donald Trump a serem a dupla de candidatos mais velha de
sempre), também em 1984 a idade de Ronald Reagan era assunto de
campanha. Aos 73 anos, o presidente rebateu todas as críticas com uma
simples frase: "Não vou fazer da idade um assunto de campanha. Recuso
explorar, para fins políticos, a juventude e inexperiência do meu
adversário". Até o democrata Walter Mondale, de 46 anos, não reprimiu
uma gargalhada.
Também os candidatos têm tido debates que ficaram para a história, como quando em 1988 o republicano Dan Qayle (vice de George H.W. Bush) garantiu: "Tenho tanta experiência no Congresso como Jack Kennedy tinha quando foi candidato à presidência". Ao que o rival democrata Lloyd Bentsen respondeu: "Conheci Jack Kennedy. Jack Kennedy era meu amigo. Senador, o sr. não é Jack Kennedy."
Também os candidatos têm tido debates que ficaram para a história, como quando em 1988 o republicano Dan Qayle (vice de George H.W. Bush) garantiu: "Tenho tanta experiência no Congresso como Jack Kennedy tinha quando foi candidato à presidência". Ao que o rival democrata Lloyd Bentsen respondeu: "Conheci Jack Kennedy. Jack Kennedy era meu amigo. Senador, o sr. não é Jack Kennedy."
copiado http://www.dn.pt/mundo/interior/
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