Presidente do STF, Cármen Lúcia diz que sente discriminação de gênero
- Renato Costa - 28.mar.2016/FolhapressDe Brasília
Questionada se o STF deveria ter mais ministras, Cármen lembrou que a competência das indicações do STF é da presidência da República e que a falta de mulheres não ocorre por falta de competência. "As coisas não se excluem, há mulheres que têm notável saber e reputação ilibada? Há. Não é porque tem que ter mais mulheres, nós queremos mais mulheres em postos porque nós conseguimos chegar em altos postos", disse.
Cármen avalia que as mulheres estão chegando a campos onde não tinham espaço para trabalhar nas últimas décadas, porém nos cargos de liderança ainda é preciso melhorar. Ela lembrou que o cargo de procurador-geral da República nunca foi ocupado por uma mulher e considerou a posse de Grace Mendonça como advogada-geral da União, também inédito para mulheres, um avanço. "Talvez esteja atrasado para nós", completou. "É uma pena, porque as pessoas poderiam notar que as duas visões de mundo feminina e masculina, se completam, muito."
A ministra disse que, mesmo tendo alcançado o posto de presidente do STF, ainda sente o preconceito na rua por ser mulher. "Não ouço comentários, mas o preconceito nem precisa ser dito. A verdade é que o preconceito passa pelo olhar. O preconceito na sociedade contra a mulher tem, esse é um fato. Isso já mudou, melhorou muito mais em relação ao que já foi", avaliou, ponderando que não sente preconceito entre os ministros da Corte.
Em sua primeira sessão como presidente do STF, há cerca de dez dias, Cármen já havia declarado que a sociedade é "extremamente preconceituosa" com as mulheres. "Há sim enorme preconceito contra nós mulheres em todas as profissões. Eu convivo com mulheres o tempo todo que são discriminadas".
COPIADO http://noticias.uol.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário