Moro liberta quatro investigados por fraude no Cenpes
Eles não ficarão com tornozoleiras eletrônicas e terão que comparecer a todos os atos do processo
por Renato Onofre
08/07/2016 16:09 / Atualizado 08/07/2016 17:55
O juiz federal Sérgio Moro - Ailton de Freitas / Agência O Globo / 9-9-2015
SÃO PAULO — O juiz Sérgio Moro não renovou a prisão temporária de alvos da Operação Abismo, realizada pela Polícia Federal na última segunda-feira. Edson Freire Coutinho, ex-executivo do Grupo Schahin; o vice-presidente da Construcap Roberto Ribeiro Capobianco; Erasto Messias da Silva Jr., da construtora Ferreira Guedes; e Genesio Schiavinatto Jr., da Vetor 2 Engenheiros Associados ficarão sem tornozeleira eletrônica e terão a obrigação de comparecer a Justiça sempre que necessário. De acordo com as investigações, eles participaram do cartel que fraudou licitação na expansão do principal polo de tecnologia da Petrobras: o Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), na Ilha do Fundão, no Rio. A obra rendeu R$ 39 milhões em propina a funcionários da Diretoria de Serviços da estatal e ao PT.
Os recursos ilícitos, além de abastecerem campanhas políticas, foram repassados a uma escola de samba e a uma rainha de bateria ligadas ao ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira (entre 2005 e 2010), um dos alvos da operação.
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) informaram a Moro que não era necessária a renovação da prisão. Caso não compareçam a Justiça quando requisitados, o juiz afirmou que eles serão presos preventivamente.
A força-tarefa da Lava-Jato mapeou um cartel formado pelas construtoras Carioca Engenharia, OAS, Construbase, Construcap e Schahin Engenharia para controlar a licitação de três obras da Petrobras em 2007: uma sede administrativa em Vitória, o Centro Integrado de Processamento de Dados e o Cenpes, ambos no Rio. A negociata foi revelada pelo GLOBO em julho de 2015, quando mostrou que a obra estimada em R$ 850 milhões chegou a R$ 1,8 bilhão depois de 17 aditivos.
Em troca da obra, o consórcio repassou propina através de operadores a Ferreira e ao ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco. Em delação premiada, o ex-vereador petista e operador Alexandre Romano afirmou que Paulo Ferreira indicou as empresas envolvidas no cartel que repassariam dinheiro para a campanha dele. Romano repassou ainda cerca de R$ 1 milhão a familiares de Ferreira, blogs aliados, para a escola de samba Estado Maior da Restinga, de Porto Alegre, e para rainha de bateria da agremiação, Viviane Rodrigues.
RONAN TAMBÉM DEIXA PRISÃO
O empresário Ronan Maria Pinto, preso durante a 27ª fase da Operação Lava Jato (Carbono 14), deixou a prisão hoje. Ronan pagou uma fiança de R$ 1 milhão e terá de usar tornozeleira eletrônica, além de comparecer em Juízo a cada três meses. O acusado também terá de ficar em sua residência nos finais de semana e à noite.
Ronan é dono do jornal Diário do Grande ABC e investigado na Lava-Jato por ter recebido parte do empréstimo fraudulento feito pelo pecuarista José Carlos Bumlai junto ao banco Schahin para repassar ao PT em 2004. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), R$ 6 milhões foram repassados pelo partido ao empresário.
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