Suplicy cobra Alckmin sobre a prisão ilegal de 26 jovens em São Paulo
Em carta ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o secretário de Segurança do Estado de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, o ex-senador Eduardo Suplicy, que esteve no ato pacífico da capital paulista neste domingo contra o governo Temer, questiona o motivo de 26 jovens terem sido presos por volta das 15h, antes mesmo de começar a manifestação, "em função de terem se reunido com a finalidade de realizarem ações que, na compreensão dos delegados, seriam caracterizadas por atos de violência"; "Em realidade, em nenhum momento aqueles jovens, rapazes e moças, dentre os quais alguns menores, realizaram qualquer ato de violência", argumenta Suplicy, que aponta ainda que eles ficaram sem acesso a advogados; a carta é assinada com o deputado Paulo Teixeira e o vereador Nabil BondukiO grupo, formado por menores de idade, foi preso por volta das 15h, antes mesmo de começar a manifestação, cuja concentração estava marcada para as 16h na Avenida Paulista. O motivo, conforme diz Suplicy, foi "em função de terem se reunido com a finalidade de realizarem ações que, na compreensão dos delegados, seriam caracterizadas por atos de violência".
"Em realidade, em nenhum momento aqueles jovens, rapazes e moças, dentre os quais alguns menores, realizaram qualquer ato de violência", argumenta o candidato a vereador pelo PT, que aponta ainda que os jovens ficaram sem acesso a advogados e seus pais. A carta é assinada com o deputado Paulo Teixeira e o vereador Nabil Bonduki. O deputado Paulo Teixeira também fez críticas ao caso hoje mais cedo, em coletiva de imprensa (leia aqui).
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que 16 adultos detidos foram indiciados por associação criminosa e corrupção de menores. Já os adolescentes detidos responderão por ato infracional (leia mais abaixo, após a carta).
A carta de Suplicy:
Excelentíssimo Senhores, Governador Geraldo Alckmin e Secretário de
Segurança do Estado de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho,
Na noite do dia 04 para o dia 05 de setembro estivemos na sede do DEIC,
ocasião em que conversamos com os delegados Dr. Fabiano e Dr. Carlos
Eduardo, os responsáveis pela escuta dos 26 jovens que foram detidos
ontem em função de terem se reunido com a finalidade de realizarem
ações que, na compreensão dos delegados, seriam caracterizadas por
atos de violência. Em realidade, em nenhum momento aqueles jovens,
rapazes e moças, dentre os quais alguns menores, realizaram qualquer
ato de violência contra pessoas, próprios privados ou públicos. Em
que pese muitos de seus pais e advogados terem ali chegados por volta
das 18 horas, tiveram enorme dificuldade de contatar seus filhos e
filhas. Os delegados permitiram que conversássemos com aqueles rapazes
e moças por mais de 1 hora, por volta de 1:30 da madrugada. Por todos
os detalhes que ouvimos, consideramos um exagero a conclusão dos
delegados que aqueles jovens iriam participar de ações violentas no
protesto que se realizou a partir das 16:00 desde a Avenida Paulista, na
altura do MASP, até o Largo da Batata, em Pinheiros, pois a
manifestação foi inteiramente pacífica e aqueles jovens nos
asseguraram que se tivessem a oportunidade de participarem da
manifestação também teriam agido pacificamente. A sua prisão
entretanto ocorreu por volta das 15 horas no Centro Cultural Vergueiro,
de 21 deles e de 5 outros, todos menores, no Parque Siqueira Campos, em
frente ao MASP.
Gostaríamos muito de na tarde de hoje fazermos uma visita a vossas
excelências para conversarmos a respeito de tudo que observamos.
Ficamos no aguardo de sua comunicação pelos
Eduardo Matarazzo Suplicy
Deputado Paulo Teixeira
Vereador Nabil Bonduki
Polícia indicia 16 detidos em protesto em SP por associação criminosa
Fernanda Cruz – A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que os 16 adultos detidos em protesto realizado ontem (4) em São Paulo foram indiciados por associação criminosa e corrupção de menores. No total, 26 pessoas foram detidas, entre elas dez adolescentes, que também passaram a noite na carceragem. Os adolescentes responderão por ato infracional.
Os manifestantes protestaram ontem (4) contra o presidente Michel temer e pediam eleições diretas. De acordo com os organizadores, 100 mil pessoas participaram do ato. A PM não deu estimativas. O protesto transcorreu pacífico, porém ao final a polícia lançou bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e jatos de água.
Famílias
Do lado de fora do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), na capital paulista, parentes aguardavam, apreensivos, por informações dos jovens detidos.
A mãe de uma das jovens, uma estudante de comunicação social de 19 anos, que preferiu não se identificar, disse que a filha foi detida de forma violenta em frente ao Centro Cultural São Paulo, na região do Paraíso, horas antes do início da manifestação. "Fiquei a noite toda aqui, pelo menos me deixaram ver a minha filha. Mas, por 8 horas, não nos davam informações, nem deixavam advogados entrarem", disse.
A mãe da jovem disse à reportagem da Agência Brasil que ouviu na delegacia que as prisões ocorreram por crimes ligados à tática black bloc, investigados pelo Deic. A secretaria informou que os detidos foram encaminhados ao Deic, uma vez que o departamento apura a conduta de organizações criminosas.
Em nota, a secretaria informou que, no momento da prisão, os detidos estavam com "uma barra de ferro, câmeras, celulares, toucas, lenços, máscaras e diversos frascos contendo líquidos, que foram enviados à perícia para análise da substância. "Cinco dos jovens carregavam pedras e estilingues em mochilas. Um celular roubado também foi encontrado com um dos adolescentes", diz a SSP.
Na sua página, nas redes sociais, o Movimento Passe Livre (MPL) diz que os objetos foram "plantados" pelos policiais e que os jovens não são adeptos da tática black bloc.
Juno Guerreiro David, advogado de um dos detidos, confirmou que há suspeita por parte da polícia de que os jovens integrem a tática black block. Juno disse que a informação é equivocada, já que seu cliente, que prefere não se identificar, tinha intenção apenas de fotografar o trabalho dos socorristas durante a manifestação. O rapaz tem aproximadamente 20 anos, estuda e trabalha, defendeu o advogado.
Audiência de custódia
Os detidos serão encaminhados, após passarem por exame de corpo de delito, para audiência de custódia, em que se apresentam ao juiz para verificar a necessidade e adequação da continuidade da prisão. "Muito provavelmente, o juiz com um certo discernimento, deve colocar todos em liberdade, uma vez que não há comprovação de que eles lesaram, agrediram alguém, não depredaram patrimônio público", disse.
O Passe Livre convocou para as 14 horas uma manifestação em frente ao Fórum da Barra Funda, zona oeste, onde serão levados os jovens para a audiência de custódia.
copiado http://www.brasil247.com/pt
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