O
governo da Colômbia e a guerrilha das Farc assinarão nesta
quinta-feira, em um teatro de Bogotá, o acordo definitivo de paz para
acabar com meio século de confrontos e que foi renegociado para incluir
propostas da oposição.
AFP / RAFAEL ZARAUZ
Juan Manuel Santos
O governo da Colômbia e a guerrilha das Farc assinarão
nesta quinta-feira, em um teatro de Bogotá, o acordo definitivo de paz
para acabar com meio século de confrontos e que foi renegociado para
incluir propostas da oposição.
O tamanho do pequeno e clássico
Teatro Colón, recentemente reformado e com capacidade para 800 pessoas,
marcará o tom discreto da cerimônia em que o acordo será assinado pelo
presidente Juan Manuel Santos e o líder das Farc, Rodrigo Londoño
("Timochenko").
Nada a ver com a assinatura do acordo original,
que aconteceu em 26 de setembro na cidade caribenha de Cartagena, na
presença de 2.500 convidados, entre eles 15 chefes de Estado.
A cerimônia, no entanto, será exibida através de telões na praça Bolívar, para que o público possa acompanhar o ato.
A escolha de um espaço menor foi alvo de críticas por parte das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia(Farc).
O
comandante guerrilheiro Marcos Calarcá, membro da delegação de paz que
negociou or quatro anos com o governo colombiano em Cuba, afirma que o
espaço é limitado e muitas pessoas mais mereciam estar presentes na
cerimônia.
O ex-presidente da Colômbia e atual senador Álvaro
Uribe, por sua vez, é contrário ao acordo e pediu para se reunir com as
Farc e fazer novas alterações no pacto para que, por exemplo, que não se
permita a elegibilidade política de responsáveis por crimes atrozes
enquanto cumprem suas penas e que o acordo não seja incluído na
Constituição.
"Deve-se recorrer ao referendo popular, bem seja de
todo o acordo, ou pelo menos desses temas sensíveis sobre os quais não
há acordo", declarou ele, no Senado.
Lamentando que setores
"radicais" da oposição rejeitem a novo proposta, Santos garantiu, por
sua vez, que "a porta está aberta" para um diálogo com os críticos,
fazendo um apelo para que cheguem a um consenso "sobre a implementação
do acordo".
As Farc praticamente descartaram a reunião com Uribe por considerar que o ex-presidente quer "adiar" a paz.
Para
o diretor do centro de análises de conflito Cerac, o analista Jorge
Restrepo, está "claro que seria melhor ter um acordo de consenso, mas
isso é quase impossível de conseguir com o que o Centro Democrático
(partido de Uribe) está pedindo às Farc, que é que não se elejam
politicamente".
Na quarta, os negociadores do governo se reuniram
com os porta-vozes dos partidos favoráveis ao acordo para definir os
passos a seguir para referendar o texto, assim como as primeiras leis
que serão apresentadas para implementar o acordo. Entre elas, está a da
anistia para os guerrilheiros que não estão acusados de terem cometido
crimes atrozes.
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