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Judiciária alerta para #desafio aceite no Facebook
Judiciária alerta para #desafio aceite no Facebook
O
desafio é postar uma foto a preto e branco para participar numa
"corrente humana" contra o cancro. PJ avisa para não aderir porque é
esquema de invasão de dados
Maria
aceitou o desafio de colocar uma fotografia sua, a preto e branco, numa
loja onde se encontrava, depois de uma amiga ter "plantado" uma mensagem
no seu mural de Facebook com o seguinte conteúdo: "A função deste
desafio é colocares uma foto tua a preto e branco... A corrente humana
embora virtual pela luta contra o cancro. Cola e identifica os teus
amigos... Desafia-os tal como fiz contigo."
O
desafio tornou-se viral e milhões de pessoas estão a aceitá-lo em
Portugal. Em Espanha, os jornais alertavam ontem para a falsa campanha
de solidariedade classificando-a de "embuste".
A
Polícia Judiciária, contactada pelo DN, alertou os 4,7 milhões de
utilizadores do Facebook em Portugal para não aceitarem este desafio se a
mensagem lhes aparecer via Messenger ou no mural.
Carlos
Cabreiro, coordenador de investigação criminal na secção que investiga o
crime informático em Lisboa, avisa que esta campanha "pode ser uma
forma de angariação de e-mails e de introdução de vírus nos endereços
eletrónicos para depois pescar dados (phishing). Muitos destes desafios
que têm surgido no Facebook "são falsos e só têm interesses criminosos".
Na
dúvida, não aceite. "As pessoas devem sempre certificar-se se há alguma
organização credível por detrás de uma campanha. Se não for o caso não
devem participar", recomendou o investigador.
Aderir sem pensar
Maria
contou ao DN que aderiu sem pensar muito no assunto. "Não li a mensagem
até ao fim porque vinha de uma amiga. Fiz então uma selfie e postei.
Nem abri sites nem links, foi só isto." Mas "só isto"é muito. Todos os
amigos de Maria que fizeram like na foto vão receber a seguinte mensagem
via Messenger: "Desculpa mas como colocaste gosto na minha foto vais
ter de colocar uma foto tua a preto e branco com a frase: desafio aceite
. Vamos encher o Facebook com fotos a preto e branco a favor da luta
contra a cancro." Acontece que a mensagem não é enviada pelo próprio mas
sim de forma automática, como se fosse um vírus.
Em
Espanha, a preocupação pública com este novo desafio do Facebook enchia
as páginas da imprensa. O jornal ABC explicou que estas correntes,
"aparentemente inofensivas" e que se tornam virais, "não contribuem para
nada", pelo menos de bom, tratando-se normalmente de embustes que têm
nas redes sociais locais perfeitos para se desenvolverem.
Os
peritos explicam que apenas um "gosto" nestas publicações gera uma
cadeia que permite que as empresas acedam aos e-mails dos utilizadores,
criando enormes bases de dados, para depois poderem enviar campanhas, o
chamado spam.
Alerta da polícia espanhola
A
Polícia Nacional espanhola já lançou um alerta na sua página de
internet: "Temos um novo (e absurdo) desafio no Facebook. Desta vez com o
título #desafio aceite", mostra-nos uma fotografia a preto e branco do
utilizador que, a partir do momento em que se faz "gosto" nos remete
para uma mensagem (...) Se não sabias, trata-se de uma campanha fictícia
e as suas intenções não são nada boas."
A
polícia espanhola avisa que esconde uma cadeia que "unicamente serve
para ficar com o teu endereço de e-mail, campanhas de spam, congestionar
os servidores, encher-te de publicidade, fazer perder valor a cadeias
de pessoas que realmente necessitam de ajuda ou aumentar o ego da pessoa
que criou esta brincadeira de mau gosto". Finalmente, a Polícia
Nacional deixa um conselho precioso: "Assegura-te de que se trata de
algo real antes de contribuir para este tipo de causas sem sentido."
Na
página de internet da Polícia Judiciária ainda não foi colocado um
alerta. A PJ publica frequentemente alertas para todo o tipo de burlas
informáticas, um crime que tem vindo a crescer em Portugal.
O
melhor é seguir alguns conselhos: não abra links de sites enviados via
Messenger; não aceite convites do Facebook de pessoas ou entidades que
não conhece; não adira a supostas campanhas de solidariedade que não
sejam endossadas por organizações credíveis; ative com frequência
programas antivírus no seu computador ou telemóvel; não envie os seus
dados pessoais, bancários ou outros por e-mail para endereços que não
conhece.
copiado http://www.dn.pt/portugal/i
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