Jerónimo de Sousa antevê "dificuldades" por "ameaças" da UE
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse hoje antever "dificuldades" para o Orçamento do Estado para 2017 (OE2017), relacionadas "não com qualquer desconfiança" sobre a posição do Governo, mas devido às "ameaças permanentes" da União Europeia.
O
secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse hoje antever
"dificuldades" para o Orçamento do Estado para 2017 (OE2017),
relacionadas "não com qualquer desconfiança" sobre a posição do Governo,
mas devido às "ameaças permanentes" da União Europeia.
"Em
relação à questão do OE2017, nós adivinhamos dificuldades, tendo em
conta o posicionamento da União Europeia (UE)", afirmou o líder
comunista, durante uma intervenção, hoje à noite, num jantar com
militantes e apoiantes do PCP, na Feira de Agosto, em Grândola
(Setúbal).
Ao abordar o processo de
preparação do Orçamento do Estado para o próximo ano, o secretário-geral
comunista alertou que as instituições europeias "vão fazer tudo, vão
ameaçar, vão chantagear, vão colocar as sanções de novo em cima da
mesa".
"Podemos nós abdicar deste
caminho de reposição de direitos e rendimentos? De salvaguarda de
salários, de reformas, de pensões, de serviços públicos?", lançou
Jerónimo de Sousa aos militantes, dando imediatamente a resposta: "Não,
não peçam isso ao PCP".
O
posicionamento do partido "é claro", continuou, frisando que, para o
PCP, "o caminho é andar para a frente e não voltar atrás à política" com
que a coligação PSD/CDS-PP "desgovernou" o país "durante os últimos
quatro anos".
Após o jantar, em
declarações aos jornalistas, questionado também a propósito do OE2017,
Jerónimo de Sousa manifestou a "disponibilidade" do partido para
"examinar os conteúdos da proposta" orçamental do Governo e para dar as
suas próprias contribuições, "mas não tendo como ponto de partida o
posicionamento contrário, negativo ou positivo".
"É
'perante o pano que se talha a obra' e, da parte do PCP, existe este
compromisso de tudo fazer para que o OE2017 corresponda a este rumo de
reposição de direitos e rendimentos que se verificou neste período de
Governo do PS", afirmou.
O PCP não tem
"reservas mentais" a propósito do OE2017, frisou, insistindo:
"Examinaremos, proporemos e, naturalmente, decidiremos perante a coisa
concreta que é a proposta" orçamental.
Mas, voltou a afirmar, com críticas às instituições europeias, a preparação do OE2017 afigura-se "difícil".
"Não
estamos aqui a ter qualquer desconfiança da posição do Governo, mas
temos uma preocupação latente" com "estas ameaças permanentes, esta
chantagem, esta posição crispada dos círculos decisórios da UE, que não
gostam da solução política encontrada" e "que procurarão travar este
caminho de reposição de direitos e de justiça social", argumentou.
Aliás,
acrescentou, como se viu no "processo de sanções, em que decidiram, de
certa forma, uma pena suspensa" a Portugal, "com ameaças e avisos que
podem condicionar, naturalmente, as soluções necessárias para o OE2017".
Questionado
também sobre o caso das alegadas fraudes nos estágios profissionais do
Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), Jerónimo de Sousa
lembrou que o processo está em averiguações, mas considerou que "o
apuramento da verdade só ajudará" o IEFP a cumprir os fins a que está
obrigado, ou seja "a dar garantia aos trabalhadores, aos desempregados,
àqueles que estão numa situação dramática".
"Salvar
isso, para nós, é que é fundamental. Se alguém abusou, se existem
ilegalidades, elas devem ser colmatadas e resolvidas", limitou-se a
acrescentar.
copiado http://www.dn.pt/portugal/i
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