Delator diz que Geddel ganhou relógio de R$ 85 mil da Odebrecht, segundo o Buzzfeed
De acordo com site, ex-executivo da empreiteira contou, em acordo para delação premiada, que o atual ministro da Secretaria de Governo recebeu um relógio suíço avaliado em R$ 85 mil de presente quando comandava a Integração Nacional no governo Lula. Além do presente, repasses também eram dados em troca de liberação de obras, de acordo com delatorNa época, Geddel era ministro da Integração Nacional do governo Lula. A pasta foi responsável, naquele ano, pela liberação de R$ 35,2 milhões para a Construtora Norberto Odebrecht referentes a obras de implantação do projeto de irrigação Tabuleiros Litorâneos de Parnaíba, executado pelo Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs).
Segundo o repórter Severino Motta, junto com o relógio Geddel recebeu um cartão de felicitações assinado por Emílio Odebrecht, por seu filho, Marcelo, e pelo ex-vice-presidente de Relações Institucionais da empreiteira Cláudio Filho. Conforme a reportagem, o executivo contou que Geddel recebia repasses regulares da Odebrecht, maior empreiteira do país, sediada em Salvador, mesma cidade do político. Esses repasses, ainda segundo a apuração do Buzzfeed, eram frequentes em períodos eleitorais, na forma de doações de campanhas, e em períodos não eleitorais.
De acordo com o site, o delator afirmou que Geddel tinha o apelido de “Boca de jacaré”, porque, embora recebesse recurso considerável de recursos da empreiteira, sempre pedia mais.
O Buzzfeed não conseguiu localizar Geddel para comentar o assunto. Mas, em entrevista ao Estadão, o ministro chamou o caso de “mentira desavergonhada”, admitiu que conhece Cláudio Filho, mas negou que tenha recebido presente ou recursos não contabilizados. Ele declarou, ainda, que vai aguardar para confirmar o teor da delação do ex-executivo. “A irresponsabilidade não pode chegar a esse ponto para se safar de condenação”, afirmou.
Após deixar o Ministério da Cultura, na última sexta-feira, Calero acusou Geddel de pressioná-lo a liberar, por meio do Iphan, autorização para a construção de um edifício de mais de 100 metros de altura em região tombada pelo patrimônio histórico. O Iphan revogou decisão do Iphan da Bahia, comandado por aliado do ministro, que autorizava a construção do luxuoso prédio. Geddel contou ao ministro que é dono de um imóvel a ser construído no 23º andar.
Apesar da abertura da investigação na Comissão de Ética, Temer resolveu manter o ministro no cargo. Ontem o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e líderes de todos os partidos da base governista saíram em defesa de Geddel. O ministro admite ter conversado sobre o assunto com Calero, mas nega ter feito pressão sobre o colega.
Leia a íntegra da reportagem do Buzzfeed
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