Dados do IBGE confirmam que Brasil virou país do “bico” O crime é um mal que mídia e politicagem não curam O dinheiro tranforma os partidos em “franquias” eleitorais

carteiraibge

Dados do IBGE confirmam que Brasil virou país do “bico”

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar(Pnad) do IBGE confirmam a tendência que aqui e em muitos outros lugares tem sido motivo de alerta para o fato de que estamos nos tornando o país do “bico”.
Alem de não haver queda no nível de ocupação – que se manteve nos estratosféricos 12,2%, em um ano, quem acha trabalho trocou os direitos e garantias da carteira de trabalho assinada por ocupações  autônomas, informais ou não.
Há hoje  33,296 milhões de pessoas  com carteira assinada no país. Eram 36,666 milhões em meados de 2014, ou quase 3,4 milhões a mais.
Já os trabalhadores “por conta própria, que naquela data eram cerca de 21 milhões, agora são 23,2 milhões, ou 2,2 milhões a mais.
Os empregados sem carteira assinada tiveram rendimento médio de R$ 1.179, enquanto o “por conta própria” recebeu R$ 1.567. Contra R$ 2.090 dos que tinham carteira assinada.
É óbvio que isso não é “empreendedorismo”, mas precarização da relação de trabalho.
É bico.






Tijolaço-Viva Rio

O crime é um mal que mídia e politicagem não curam

Os mais jovens, gente com cerca de 40 anos, hoje, se acostumaram a ouvir  – e não raro a acreditar – que a escaladada violência no Rio de Janeiro se deu a partir do governo de Leonel Brizola, embora o fato de ele ter deixado o governo há um quarto de século já bastasse para mostrar o quanto isso é tolo.
Mas é pior, e bem pior.
Dos arquivos implacáveis de meu amigo Apio Gomes salta a reprodução da capa da Veja de 7 de janeiro de 1981 – portanto, há 37 anos – dizendo que o Rio de Janeiro vivia, naquele longínquo ano uma “Guerra Civil”, assim descrita no seu editorial:
Ao abrir-se o ano de 1981, os brasileiros que vivem nas grandes cidades, sobretudo Rio de Janeiro e São Paulo, continuam tendo como sua preocupação número um, acima de quaisquer outras, a segurança (…) Certas áreas urbanas do Brasil já se encontram entre as piores do mundo em matéria de criminalidade, superando os mais notórios infernos sociais de que se tem notícia. Pouco a pouco, os hábitos da população vão se alterando em função da violência a que é diariamente submetida (…).
Em nenhum lugar esta escandalosa tragédia brasileira é mais evidente do que no Rio de Janeiro e em suas franjas suburbanas. Não há nada que realmente possa equivaler ao que acontece ali todos os dias. Edifícios inteiros são assaltados. Roubam-se as pessoas dentro dos ônibus que circulam à luz do dia. Criminosos atacam automóveis que param nos sinais de tráfego, ferem e matam suas vítimas, ateiam fogo às suas casas. É raro, na zona sul do Rio, encontrar uma família ou roda de amigos que não tenha tido nenhum de seus membros assaltado. E, pairando sobre tudo, há a incomparável Baixada Fluminense – onde só em 1980 mais de 2.000 pessoas foram assassinadas; algo como uma a cada quatro horas.
É como se fosse uma guerra civil. Na verdade, um princípio de anarquia começa a tomar forma nestas áreas conflagradas, diante do silêncio do Estado. Jamais houve, no país, um problema de seguranças nacional mais genuíno que esse. Jamais tantas pessoas foram tão flagrantemente oprimidas em seus direitos mais fundamentais. Mas, em vez de estar entre as primeiras preocupações do poder, a questão, na prática, está entre as últimas. Após perder o controle sobre as ruas – são os criminosos hoje, que mandam nelas –, o Estado brasileiro parece conformar-se com isso. É uma das marcas mais deprimentes que o país tem a exibir.
Ao recuperar o texto em um de seus tijolaços, em 1994, Brizola relembra também que, naquela época, ” o Sr. Presidente da República era um general do Exército; o Secretário de Segurança do Rio era outro general; a Polícia Militar do Estado tinha como comandante um coronel do Exército e o regime tinha poder total. Nada resolveram; ao contrário, a violência e a criminalidade só se agravaram.”
Dizem que vão tirar os criminosos das ruas, das favelas, dos bairros. Alguns, sim, verdade, talvez até muitos e certamente nem perto de todos.
A fábrica de criminosos, porém, seguirá trabalhando a todo vapor, com a sua matéria- prima de pobreza, de falta de oportunidades, da carência de uma educação libertadora, máquinas cada vez mais azeitadas pelo ressentimento, pela discriminação, pelo tratamento de gado a passar no brete e ser examinado para saber se tem-se nos quartos a marca a ferro dos antecedentes criminais.
A rosca, o sem-fim, a espiral segue há décadas, com os pobres servindo de combustível para a máquina que moer gente que a todos nos salpica de sangue e de dor.
PS. Se você firmar a vista verá que junto ao pontilhado, à esquerda, Brizola pede que se copie e espalhe o que publicava e, com a nova “xerox” do compartilhamento, este pequeno Tijolaço não se envergonha de pedir o mesmo.






matapau

O dinheiro tranforma os partidos em “franquias” eleitorais

Para destruir a democracia, uma das chaves é destruir os partidos políticos. Sem partidos, ela não existe.
A notícia de que o movimento Agora!, de Luciano Huck (e logo virão outros) firmou um “convênio eleitoral” com a Rede de Marina Silva – como já tinha feito com o PPS – não significa uma o que seria uma saudável abertura dos partidos às organizações da sociedade civil.
Significa, isto sim, a transformação dos partido em uma espécie de “franquia eleitoral” para movimentos organizados por empresários e seus prestadores de serviços – nada de pessoal contra tais profissionais – e a criação de bancadas que têm menos ainda a ver com os programas e a vida interna dos partidos – já absolutamente precários no Brasil.

Que tipo de coerência se pode esperar quando se admite tão explicitamente a transformação dos partidos em “barrigas de aluguel”?
De que adianta que, mal ou bem, os partidos estejam sujeitos ao controle das leis  e, em algum grau, da Justiça se eles servem para abrigar organizações que – conquanto possam ser legítimas – estão sujeitas apenas a um controle privado e, não raro, econômico?
Qual é a diferença entre isso e o controle cartorial dos partidos que tanto se critica como sendo “a velha política”? O fato de seus controladores serem personagem do mundo empresarial ou “celebridades” do mundo azul?
O tal Agora!, fui pesquisar, é controlado por meros 90 membros!
O estado e a política que disso saem pode ser vistosos e floridos. “Modernos”, dizem.
São como parasitas, que precisam de hospedeiros. E, no caso da Rede e do PPS, os dois hospedeiros já são resultado de excrecências, o primeiro do PT e o segundo do PSDB.
Mas lhe faltam raízes e, sem elas, não só o viço é passageiro quanto, nos temporais, os elementos em fúria os arrancam e os reduzem a nada.
copiado http://www.tijolaco.com.br/blog/



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