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Mesmo com teto de gastos Temer diz que não cortará verbas para a educação Presidente diz que mudanças darão "salto" à educação brasileira
Os possíveis entraves para o projetoMARINA DIAS
NATÁLIA CANCIAN
DE BRASÍLIA
O presidente Michel Temer afirmou nesta quinta-feira (22) que "não haverá redução de verbas para educação" em seu governo e pediu "auxílio e compreensão" dos governadores para que o ensino integral seja implementado em todas as escolas do país.
Temer não estipulou um prazo para que isso ocorra, mas, segundo ele, a primeira turma a cumprir o novo currículo deve começar em 2018. O presidente não citou o projeto proposto por sua equipe econômica que estabelece teto para os gastos públicos, inclusive nas áreas de saúde e educação.
"Se nós pudermos, nesse curtíssimo espaço que temos pela frente [até 2018], com auxílio e compreensão dos governadores, nos esforçarmos enormemente para fazer todas as escolas em tempo integral, ganharíamos muito para a educação do povo brasileiro", disse Temer. "Quero dizer muito solenemente que no nosso governo não haverá redução de verbas para a educação", completou o presidente.
Pedro Ladeira-14.set.2016/Folhapress O presidente Michel Temer durante evento no Palácio do Planalto
Opositores ao governo Temer dizem que a proposta que limita o crescimento dos gastos públicos à variação da inflação, hoje prioridade de Temer, pode prejudicar as áreas de saúde e educação, mas o presidente não fez nenhuma menção direta ao projeto ou mesmo aos críticos.
As declarações do presidente foram dadas em um discurso rápido no Palácio do Planalto durante cerimônia de lançamento do novo modelo para o ensino médio, que flexibiliza o currículo da etapa, acaba com a obrigatoriedade de disciplinas de artes de educação física e traz incentivo à expansão do ensino em tempo integral. As mudanças serão levadas ao Congresso por meio de uma MP (Medida Provisória).
Temer afirmou que as mudanças na etapa de ensino servirão para dar "um salto" na educação do país com "eficiência". "Não estamos perseguindo um Estado mínimo, nem máximo. Precisamos de um Estado eficiente, capaz de prestar serviços de qualidade à população", disse.
MENDONÇA
reformulação ocorre diante de um cenário de "falência do atual ensino médio", com baixo desempenho em avaliações como o Ideb e altos índices de evasão, e apresentou números para o ensino integral.
Segundo ele, o governo deve investir de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão em dois anos no projeto de fomento ao ensino integral no ensino médio. Já a meta é atender 500 mil jovens nessas escolas de tempo integral até 2018. "Teremos a responsabilidade de mais do que dobrar o número de alunos beneficiados", afirmou.
"O desempenho de português e matemática é menor hoje do que em 1997. Os jovens hoje têm menor conhecimento em matemática e português do que na década de 90", disse Mendonça.
Para ele, uma comparação com o sistema aplicado em outros países mostra que o Brasil está hoje "na contramão do mundo".
"Temos aí um exemplo do que é o ensino médio brasileiro, com 13 disciplinas obrigatórias, bastante engessado e que coloca o jovem com disposição de não continuar na vida educacional", disse. "O novo ensino médio tem como pressuposto principal a autonomia do jovem. É muito comum o jovem colocar que aquela escola não é a escola que dialoga com ele", completou.
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