PM húngaro defende expulsão de migrantes para "grandes campos" fora da UE
Viktor Orban, um dos mais fortes opositores à política migratória da UE, ordenou há um ano a construção de vedações de arame na fronteira sul da Hungria para manter os migrantes fora do seu país
Viktor
Orban, um dos mais fortes opositores à política migratória da UE,
ordenou há um ano a construção de vedações de arame na fronteira sul da
Hungria para manter os migrantes fora do seu país
O
primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, defendeu esta quinta-feira
que as pessoas que entram ilegalmente na Europa devem ser expulsas para
campos fora da União Europeia, dando como exemplo "uma ilha" ou "a costa
norte de África".
"Os que entram
ilegalmente deviam ser reunidos e levados, não para outros países [da
UE], mas para fora da União", disse Orban numa entrevista ao portal de
informações húngaro Origo.hu.
Os que
fossem expulsos podiam apresentar pedidos de asilo em "grandes campos de
refugiados", construídos, financiados e guardados pela UE fora do
território europeu, precisou, sugerindo "uma ilha" ou a costa
norte-africana como localizações potenciais.
Os migrantes deveriam permanecer nesses campos até que um país aceitasse acolhê-los, acrescentou.
A
ideia desenvolve a proposta que Orban fez em abril, a que chamou
"Schengen 2.0", que passava por reforçar a defesa das fronteiras
europeias e lidar com os refugiados fora do território europeu.
Viktor
Orban, um dos mais fortes opositores à política migratória da UE,
ordenou há um ano a construção de vedações de arame na fronteira sul da
Hungria para manter os migrantes fora do seu país.
O
primeiro-ministro conservador fez também aprovar legislação que
criminaliza o atravessamento ilegal da fronteira e restringe os
critérios para a concessão de asilo.
Em
2015, cerca de 400.000 migrantes atravessaram território húngaro a
caminho da Europa ocidental, mas o número caiu significativamente depois
do fecho da fronteira.
A expulsão de
migrantes, defendeu Orban, é "a única solução que é boa para toda a
gente": "Tanto para nós, que ainda não temos problemas, como para países
como a Alemanha, que já têm problemas".
A
Hungria prepara um referendo sobre o sistema de quotas aprovado pela UE
para a distribuição de refugiados sírios e iraquianos pelos
Estados-membros.
A Hungria não recebeu até ao momento qualquer refugiado ao abrigo desse sistema.
A
consulta, que se realiza a 2 de outubro, questiona os eleitores sobre
se estão de acordo que a UE ultrapasse os parlamentos nacionais em
matéria de migrações.
As sondagens
indicam que cerca de 70% dos eleitores apoiam a posição do governo -- o
"não" -, mas que a participação pode ficar aquém dos mais de 50%
necessários para que o resultado seja válido.
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