Bolsonaro tem grande chance de chegar ao 2º turno, diz CEO do Ibope

Bolsonaro tem grande chance de chegar ao 2º turno, diz CEO do Ibope

Daniela Milanese e Julia Leite
Em São Paulo
Líder das pesquisas Ibope e Datafolha em um cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, é dado como um nome praticamente certo no segundo turno. Pelo menos é o que acredita a CEO do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari, que concedeu entrevista à Bloomberg, em São Paulo.
Segundo a executiva, o deputado federal possui eleitorado firme e que dificilmente mudará seu voto. "Quem vota em Bolsonaro bate no peito com orgulho, não tem voto escondido", explica Cavallari, tendo como base as pesquisas divulgadas na última semana. Já a definição da outra vaga na fase final da disputa ainda não está clara.
Até agora, o ex-capitão do Exército tem mais ganhado do que perdido votos com suas afirmações polêmicas sobre segurança pública, defesa do armamento da população, e questões de gênero. Por outro lado, com a rejeição mais elevada entre os presidenciáveis, de 37%, agora tem espaço limitado para mais crescimento e se aproxima do teto.

Intenção de voto

Ibope: cenário sem Lula


BolsonaroPSL

20

MarinaRede

12

CiroPDT

9

AlckminPSDB

7

HaddadPT

4

Outros

10

Brancos e nulos

29

Indecisos

9
Na pesquisa Ibope mais recente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece com 37% das intenções de voto, seguido por Bolsonaro (18%), Marina Silva (6%), Ciro Gomes (5%) e Geraldo Alckmin (5%). Já no cenário sem Lula, o candidato do PSL lidera com 20% das intenções de voto, seguida por Marina (12%), Ciro (9%) e Alckmin (7%).
Como Lula está preso após condenação em segunda instância e deve ser barrado pela Lei da Ficha Limpa, Fernando Haddad, provável candidato do PT, deve conseguir ao menos 10% dos votos herdados do ex-presidente quando for oficializado, avalia Cavallari.
Isso porque a pesquisa Ibope também mostra que, entre os eleitores de Lula, 28% votariam em Haddad com certeza. O potencial cresce se considerado que outros 22% também poderiam votar no ex-prefeito de São Paulo. Dessa forma, ele entraria na disputa por uma vaga no segundo turno juntamente com Alckmin, Marina e Ciro.
Para a CEO do Ibope, na hipótese de o candidato do PT chegar ao segundo turno, a incógnita seria medir o impacto dos 16 anos de governo do partido sobre a decisão do eleitor. Pode prevalecer o efeito dos escândalos de corrupção e da crise econômica do governo Dilma Rousseff ou a lembrança do aumento da renda e acesso ao consumo promovida nos anos de Lula.
A candidata da Rede Sustentabilidade, que aparece atrás de Bolsonaro na pesquisa, possui estrutura de campanha inferior na comparação com a eleição passada, quando Marina chegou a despontar como uma das favoritas logo após a morte de Eduardo Campos (PSB), em 2014. Ao fechar coligação apenas com o Partido Verde, tem menos tempo de TV.
É um voto, entretanto, que "não compromete ninguém" em meio à polarização vista hoje no país entre esquerda e direita, diz Cavallari. "Vai depender da coerência da campanha e da sua capacidade de passar firmeza maior, que é o que o eleitor busca."

Ampliar


Presidenciáveis em campanha27 fotos

18 / 27
30.ago.2018 - Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência, durante visita ao Instituto de Biologia, no Laboratório de Genômica e Proteômica, na Unicamp, na cidade de Campinas (SP), nesta quinta-feira (30) Imagem: Denny Cesare/Estadão Conteúdo 
copiado  https://noticias.uol.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

Ao Planalto, deputados criticam proposta de Guedes e veem drible no teto com mudança no Fundeb Governo quer que parte do aumento na participação da União no Fundeb seja destinada à transferência direta de renda para famílias pobres

Para ajudar a educação, Políticos e quem recebe salários altos irão doar 30% do soldo que recebem mensalmente, até o Governo Federal ter f...